Mal terminaram as eleições que renovaram o Congresso Nacional, alguns governos estaduais e mantiveram Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, os olhos do carioca se voltam agora para um outro pleito. É a disputa pelo Conselho Regional de Arquitetura e Agronomia, que será definida no dia 19 de novembro por um universo estimado em 140 mil profissionais.
A briga é feia. E o fogo-cruzado envolve Agostinho Guerreiro, atual presidente do Crea-RJ, e o ex-presidente, engenheiro Reynaldo Barros. Mas Agostinho está fora do jogo. E mesmo tendo o banco de reservas como destino, pretende emplacar para ocupar sua cadeira Arciley Alves Pinheiro.
Dono da caneta, Agostinho é acusado de jogar sujo na tentativa de inviabilizar a candidatura de Reynaldo Barros. Não mede consequências das suas manobras. E chega mesmo a desafiar o Poder Judiciário.
Aliado de José Tadeu da Silva, atual presidente do Conselho Federal, Agostinho parece ter sido bom aluno do dirigente do Confea. Um dos seus atos casuísticos foi negar a publicação da candidatura de Reynaldo Barros no principal veículo do Crea carioca. Descumpriu, assim, decisão da Justiça Federal e contrariou deliberação da Comissão Eleitoral.
Pior para Agostinho, que tem sua imagem associada à de José Tadeu, condenado por improbidade administrativa em mais de 30 processos quando dirigia o Crea de São Paulo. Em consequência, teve seus bens bloqueados no valor de até 15 milhões de reais. E na esteira de supostos fichas-sujas, Arciley Alves Pinheiro segue a passos largos, embora trôpegos.
Em meio a esse clima, Reynaldo Barros encaminhou uma série de denúncias à Polícia Federal. Ao mesmo tempo ele busca no Poder Judiciário mandato de citação contra Agostinho Guerreiro, a quem responsabiliza, em associação direta com Arciley, civil e criminalmente por crime de prevaricação.
Se a justiça for feita – e ninguém pensa diferente – os pretensos réus pagarão a conta dos prejuízos tipificados no regulamento eleitoral da categoria. E do labirinto em que se enfiaram, será difícil sair.
Karla Maranhão