Cresce inconformismo com Buriti; e Ribeiro, ex-líder, anuncia obstrução
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emA dívida do Governo do Distrito Federal com as cooperativas de micro-ônibus voltou a ser tema de pronunciamentos no plenário da Câmara Legislativa nesta quarta-feira (27). O primeiro a levantar a questão foi o deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), sob aplausos de um grupo de cooperados que acompanhava a sessão na galeria.
“Já aprovamos uma emenda para isso, mas eles não receberam. São desculpas variadas, muitas relacionadas a burocracia”, lamentou. Ribeiro declarou estar em “obstrução informal” até que o governo envie um novo projeto com recursos para quitar a dívida, atendendo compromisso assumido.
A presidente da Casa, deputada Celina Leão (PDT), fez questão de esclarecer que as dívidas com as cooperativas dizem respeito apenas às gratuidades do transporte público, que beneficiam, por exemplo, estudantes e pessoas com deficiência. “Eles sobrevivem sem o subsídio milionário que recebem as grandes empresas. Essa dívida parece uma tentativa de quebrar o pequeno e microempresário”, apontou.
O líder do governo na Casa, deputado Júlio César (PRB), informou já estar em contato com o secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, bem como com o governador Rodrigo Rollemberg, para tratar da situação das cooperativas de transporte.
Em tom de inconformismo, Raimundo Ribeiro criticou a postura de alguns secretários de governo. “O governador tem que tomar conhecimento que seus secretários empenham a palavra e não cumprem. Um governo pode perder a popularidade, mas não a credibilidade”, disse.
Já o deputado Dr. Michel (PP), após dizer que os secretários “até hoje não mostraram a que vieram”, elogiou a postura dos deputados da base de governo – que, em sua opinião, “não abaixaram a cabeça” ao GDF.
O deputado Joe Valle (PDT) voltou a criticar em plenário a situação da saúde pública, ao que chamou de “calamidade”. “O que está sendo feito?”, questionou. Para ele, a Câmara Legislativa também deve assumir o “desafio” da pauta: “Temos uma responsabilidade grande”.
As críticas não se limitaram à área da saúde. “Praticamente todos os serviços públicos foram citados hoje: é caos na saúde, na educação e no transporte público. Há uma crise profunda nos serviços públicos”, disse Ricardo Vale (PT). “Torço para que o governo dê certo, mas está na hora de mostrar a que veio”, completou.
Denise Caputo