Notibras

Cresce preocupação de atentado contra Lula durante a campanha

Reina em Brasília uma manifesta, embora silenciosa, preocupação sobre o futuro de Luiz Inácio Lula da Silva. Não são narrativas. São fatos. Há um risco, de grau elevado, de o ex-presidente sofrer um atentado letal durante a campanha eleitoral. Se não for instantaneamente fatal, o Brasil pode ter um segundo Tancredo Neves – vence, mas não leva, pois morre em um centro cirúrgico.

Esse quadro, pintado em gabinetes restritos do Congresso Nacional e do Poder Judiciário, foi revelado em detalhes a Notibras na tarde desta segunda-feira, 15, por um respeitado servidor público federal que atua na área de segurança. Numa escala de 1 a 5 (sendo este o grau máximo) a probabilidade de Lula ser alvo de um atentado é 6.

Motivos de preocupação não faltam. Três detalhes foram enfatizados pela fonte em meio a xícaras de café com este repórter no meio da tarde: 1) os três coordenadores da segurança de Lula no âmbito da Polícia Federal, não deixaram seus lucrativos cargos de confiança no Governo Federal, embora tenham sido ‘designados’ para nova missão; 2) por suas posições dentro da PF, se reportam ao Ministério da Justiça e, quando necessário, diretamente ao Palácio do Planalto; 3) dos 90 policiais federais deslocados para a segurança do petista, apenas dois – de um total de 88 formados em maio -, têm curso de proteção a pessoa com especialidade em primeiros socorros.

Pelas regras do jogo, e conforme dispõe a própria Polícia Federal, todos os agentes de segurança dos presidenciáveis precisam ter noções de ação em caso de ‘perigo real e imediato’ ou de ser ‘duro de matar’, e não permitir (ou facilitar) a morte.

A título de ilustração, a segurança de Jair Bolsonaro (PL), por estar presidente, é feita por uma equipe do GSI. Por questões lógicas, o número de envolvidos é desconhecido. Já no caso do candidato Ciro Gomes (PDT), estão à sua disposição apenas 30 agentes (no caso dele, o grau de risco naquela escala de 1 a 5, é 3), mas todos conscientes de saber como agir na hora de apertar um torniquete, parar um sangramento e transportar para um hospital previamente confirmado. A ordem é clara e vale para todos: em caso de atentado, a vítima deve chegar viva à equipe médica mais próxima.

Os temores de um atentado à vida de Lula levaram a Federação PT-PV-PCdoB a entregar em mãos, ao comando da Polícia Federal, um pedido para reestruturar a equipe de segurança do ex-presidente, inclusive com a substituição de um ou outro delegado. A solicitação foi rejeitada. O argumento: os federais foram selecionados de acordo com o perfil de cada candidato.

Desde que deixou o Palácio do Planalto ao fim do seu segundo mandato, Lula é acompanhado por cinco oficiais e suboficiais do Exército da sua mais elevada confiança. É um direito dele. Está na Constituição. Como o é de outros ex-presidentes. O que Lula não poderia imaginar, porém, é que quando esteve detido ilegalmente na superintendência da PF em Curitiba, um delegado foi orientado a infiltrar-se e angariar a confiança dele.

Se Lula for morto, será fácil descobrir quem abriu a porta do galinheiro para as raposas. Mas, para evitar uma tragédia, já há uma contraofensiva em andamento. Trata-se da Operação Alabama. É composta pela parte boa dos agentes e delegados. Aliás, a grande maioria da instituição, que, respeitada, não permitirá que duas ou três maçãs podres contaminem todo o resto da Polícia Federal.

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