Ao realizarmos uma atividade entediante, é comum que nossa mente busque por outras formas de diversão, como ver vídeos de gatos no YouTube ou memes na sua página favorita no Facebook. A mesma coisa acontece com crianças pequenas — mas um estudo feito por seis pesquisadores de diferentes universidades americanas mostrou que o Batman, super-herói defensor de Gotham, pode ajudar os pequenos a continuarem motivados.
O experimento foi executado no seguinte formato: 180 crianças de quatro a seis anos receberam uma tarefa chata que deveria ser cumprida num computador por dez minutos. Se elas ficassem de saco cheio, poderiam jogar um game instalado num iPad, localizado no outro lado da sala.
Do número total de participantes, um terço serviu de controle e foram instruídos a refletirem sobre seus pensamentos e sentimentos durante a tarefa, e a se perguntarem “eu estou trabalhando duro?”. O segundo grupo teve de pensar como se estivessem na terceira pessoa — por exemplo, se o nome do participante era Lucas, ele deveria pensar “o Lucas está trabalhando duro?”.
Na terceira condição, as crianças pensaram em personagens conhecidos por serem dedicados, como Batman, Bob, o construtor e Rapunzel, e usaram fantasias dos personagens escolhidos. Como era esperado, as crianças passaram, em média, 37% do tempo na tarefa e 63% jogando no iPad. Mas aqueles que fingiram ser super-heróis “trabalharam” mais do que quem pensou em si na terceira pessoa. E tanto o segundo grupo quanto o terceiro tiveram melhores resultados do que quem executou a tarefa pensando em si mesmo.
Ou seja, quanto mais as crianças se distanciaram da distração, melhor foi o foco. “Crianças que foram pedidas para refletirem na tarefa como se elas fossem outras pessoas eram menos propensas a pensar na gratificação imediata e tenderam mais para trabalhar no objetivo a longo prazo”, escreveram os autores. Outra explicação para a melhora no rendimento pode ser que, quando fantasiados, os pequenos se identificaram com os traços poderosos dos heróis e quiseram replicá-los.