Nossas crianças tem cada vez mais contato com assuntos e estímulos que não são adequados à sua idade. Isso faz com que se comportem ou se expressem como “miniadultos”, e não vivam como deveriam. Dessa maneira, a infância não é aproveitada e desfrutada com toda sua riqueza e importância.
Hoje em dia, as crianças estão envolvidas em tantas atividades que perdem a noção do que é ser criança. Escola meio período ou período integral, inglês, balé, natação, espanhol, caratê etc.
E o tempo para as brincadeiras, para o lazer e para as novas descobertas? As crianças precisam aproveitar o tempo, se preparar para o futuro, crescer rápido, desenvolver-se intelectualmente, profissionalizar-se cedo, aprimorar e ampliar seus conhecimentos… nossa! Cansei só de pensar em tudo o que é exigido das crianças nos dias de hoje.
E o seu lado emocional? O amadurecimento emocional não acompanha o intelectual, claro. Esse descompasso as torna irritadiças, estressadas, perdidas, frustradas e deprimidas. Vocês perceberam quantas crianças com depressão existem hoje? É inaceitável.
Será que tudo isso não terá consequências na juventude e na idade adulta? Claro que sim. Provavelmente teremos adultos não sociáveis, desnorteados, desajustados, insatisfeitos, egoístas, agressivos.
Por quê? Porque o ser humano deve viver cada fase intensamente, desenvolver cada habilidade a seu devido tempo, construir suas ideias e opiniões aos poucos, baseado em sua experiência. Cada pessoa deve formar seu caráter a partir de um relacionamento sadio com sua família para aprender a conviver em sociedade. Pular etapas não é bom.
E isso traz como consequência outras situações: crianças que se vestem como adultos, falam como adultos, agem como adultos; meninas maquiadas como mulheres, penteadas como mulheres, agindo como mulheres.
Todas as experiências e vivências da juventude estão sendo antecipadas. Até o corpo está reagindo a essa antecipação tentando acompanhar as demandas externas. Mas o desenvolvimento emocional não acompanha. Estão exigindo coisas contrárias ao desenvolvimento normal. É o caos!
Sem contar a falta de responsabilidade e de maturidade para assumir compromissos que não estão de acordo com sua idade. Quando começou tudo isso? Na infância. Então, o que os pais podem fazer? Listo abaixo algumas sugestões:
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Organize a rotina de seu filho e supervisione as informações que recebe.
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Esteja presente na vida dele, participe mais de sua infância;
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Não exija demais dele, não imponha compromissos excessivos;
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Não compare seu filho com outras crianças, respeite sua individualidade;
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Estimule seu filho a brincar bastante e participe das brincadeiras;
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Estimule seu filho a cooperar com a família sem sobrecarregá-lo;
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Vista-o com trajes adequados à sua idade e não como um miniadulto;
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Elogie seu filho em cada conquista e acerto;
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Veja seu filho como uma criança e respeite-o como tal.
Criança precisa brincar e você, como pai, tem que compreender, aceitar, estimular e participar.
Cris Poli