Cerca de 215 mil crimes sexuais violentos foram registrados pela polícia na União Europeia (UE) em 2015. Um terço deles, quase 80 mil, foram estupros e a maioria das vítimas é do sexto feminino. Os dados foram divulgados hoje(23) pelo Instituto de Estatísticas Europeu, o Eurostat. No próximo sábado – dia 25 de novembro – é Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres.
De acordo com a pesquisa, mais de 9 em cada 10 vítimas de estupro eram meninas e mulheres, enquanto quase todos os presos por estes crimes eram do sexo masculino (99%).
Em termos absolutos, a polícia da Inglaterra e do País de Gales registrou o maior número de infrações sexuais violentas (64.500, das quais 35.800, ou 55%, eram estupros). Em seguida, aparece a Alemanha, com 34.300 crimes registrados, dos quais 7 mil eram estupros (20%). A França contabilizou 32.900 crimes sexuais, dos quais 13 mil eram estupros (40%). Em Portugal foram registrados 2.579 crimes sexuais, sendo 375 estupros.
Em relação à população de cada Estado-Membro, a Suécia registrou o número mais elevado de crimes sexuais violentos: 178 a cada 100 mil habitantes. Na sequência, aparecem a Escócia, com 163; a Irlanda do Norte, 156; a Inglaterra e País de Gales, com 113; e a Bélgica, com 91. Portugal registrou 24 crimes a cada 100 mil habitantes.
No entanto, o documento do Eurostat reforça que deve-se levar em conta que os dados não refletem necessariamente o número real de crimes sexuais violentos. Eles mostram apenas os crimes relatados e registrados pela polícia. Portanto, a variação entre os países também é influenciada pela conscientização geral e atitudes em relação a crimes de violência sexual.
Brasil – Uma pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum de Segurança Pública, revelou que no Brasil, em 2016, 503 mulheres sofreram algum tipo de agressão física a cada hora. As agressões verbais e morais, como xingamentos e humilhações, atingiram 22% da população feminina.
Ao longo do ano passado, 29% das mulheres passaram por algum tipo de violência, física ou moral. Entre as pretas (expressão usada pelo IBGE), o índice sobe para 32,5% e chega a 45% entre as jovens (de 16 a 24 anos).
Foram vítimas de ameaças com armas de fogo ou com facas 4% – 1,9 milhão de mulheres. Espancamentos e estrangulamentos vitimaram 3%, o que representa 1,4 milhão de mulheres, enquanto 257 mil, 1% do total, chegaram a ser baleadas.
Sobre as reações após a violência, 52% disseram não ter feito nada após a agressão, 13% procuraram ajuda da família, 12% buscaram apoio de amigos e 11% foram a uma delegacia da mulher. Entre as mais jovens (16 a 24 anos), o índice das que não fizeram nada após a agressão é de 59%.