Bala de Prata, III, começa com uma rápida mudança de trajetória: 1) nenhuma de minhas filhas, que eventualmente me fazem companhia em reuniões, esteve presente na Pães e Vinhos quando das primeiras revelações sobre a preparação do contragolpe em cima de um suposto golpe; 2) nunca estive no Hospital Regional de Taguatinga, muito menos para, em risco de vida, submeter-me a uma cirurgia de emergência.
Esclarecidos esses fatos que circularam on-line mais cedo, vamos à sequência, antecipada em algumas horas, do prometido episódio para a noite desta quarta-feira, 14.
– Você vai soltar o vídeo?
– Vontade tenho, mas está fora de contexto. Fizesse isso, estaria agindo como um digitonthophagus gazella, e não sou de ficar revirando passado longínquo.
– Pois é. Se tornar público (o vídeo) vai complicar para o lado deles.
– Fique despreocupado. Já houve a ação, fizemos um acordo, o processo foi arquivado.
Desconheço o apelido do meu interlocutor, embora nos consideremos amigos há longa data. A conversa, na filial Lago Sul de uma famosa cafeteria de Brasília, foi marcada por um amigo comum. Nosso anfitrião apenas ouvia. A pauta, o curto-circuito com a Leoa.
Mas, perguntaria o leitor, onde entra esse tal de vídeo?
Resumo assim a resposta: na ação que provocou um descabido pedido de prisão deste repórter, sumariamente indeferido pelo MP e pelo juiz criminal, a autora argumentava que a parte acusada, além de dirigir ‘um site golpista’ (por mais progressista que seja), é ‘contumaz perdedor’ de causas no âmbito do Judiciário. Cita, então, uma derrota que não existiu.
Recordo-me que, à época, me eram cobrados 200 mil reais por danos morais. Homologado o acordo, paguei 10 mil a uma entidade assistencial de dependentes químicos. E acordo, todos sabemos, não é derrota. Quanto ao vídeo, não foi necessário apresentá-lo como prova. E continua guardado a sete chaves.
Vamos em frente. O que motivou a queixa-crime e a recusa do pedido de prisão? Tudo fruto da artilharia que, açodado, o soldado baiano transmitia a Notibras. O que não se imaginaria, jamais, é que a bala de prata fosse apenas pólvora seca, desses ‘traques-de-massa’ que crianças usam em festas juninas.
De tudo isso, dizer o quê? Nunca houve uma bala de prata para ser usada contra a Leoa durante o retiro forçado do Gordinho. No máximo, agora é do conhecimento geral, algo que se pisa como a uma barata.
Por fim, apenas uma ressalva, voltando aos fatos ditos mais cedo on-line. É possível que tenha havido uma bala de prata na pré-campanha de 2018. Mesmo porque, repórter que tem Premio Esso no currículo, não escreve inverdades.