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Crise se aprofunda com greve na Caesb e Rafael Prudente já admite a criação de uma CPI

Franci Moraes

Deputados, diretores sindicais e representantes da Caesb debateram as reivindicações da categoria, em greve desde o dia 16 de maio, durante audiência pública da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle, nesta quinta-feira (23), no auditório da Casa.

Durante a audiência, os parlamentares conseguiram agendar para amanhã (24), às 15h30, uma reunião com o governador Rodrigo Rollemberg, no Palácio do Buriti, para intermediar um acordo entre o governo e os sindicalistas. Participam da tratativa, o mediador da audiência, deputado Rafael Prudente (PMDB), e os deputados Ricardo Vale (PT) e Wasny de Roure (PT), além de diretores sindicais e o deputado federal Rôney Nemer (PP-DF).

De acordo com o diretor do sindicato da categoria, Sindágua-DF, Igor Pontes, os funcionários da Caesb estão em greve pela reposição das perdas salarias, contra a possibilidade de privatização da empresa e ameaça de demissão de sindicalistas.

Em nome da empresa, o diretor de relações sindicais da Caesb, Lourenço Cruz, apresentou a evolução do salário nominal entre 2004 e 2016, ao citar que a média salarial é de R$7 mil. Alegou a impossibilidade de aumentos salariais diante do fluxo negativo de caixa da Caesb na ordem de R$22 milhões. Igor Pontes rebateu os dados, argumentando que “trabalhadores não recebem média, recebem salários”. Segundo ele, a média anunciada ocorre porque a direção da Caesb recebe 26 vezes mais que um trabalhador, cujo piso é de R$ 2.293,00.

Ainda de acordo com Pontes, a Caesb não está no vermelho, uma vez que o lucro líquido da empresa, no ano passado, foi de R$ 10 milhões. Acrescentou que o comprometimento da Caesb com despesa de pessoal caiu de 41% em 2014 para 36% em 2015.

Para Rafael Prudente, o governo deveria pagar os cerca de R$ 116 milhões que deve à Caesb para que a empresa possa dar o reajuste aos servidores. O deputado Wasny de Roure defendeu o envolvimento dos funcionários no debate sobre a política de preços e tarifas de água, que neste ano passou por dois reajustes, totalizando um aumento de 11% na conta de água.

CPI – Diante dos pedidos dos funcionários para a instalação de uma CPI na Casa a fim de investigar contratos entre a Caesb e empresas citadas em denúncias de corrupção, a exemplo da Colmar Engenharia, o deputado Rafael Prudente comprometeu-se a fundamentar a ação junto à Comissão de Fiscalização, da qual é integrante.

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