Mais de 56 milhões de brasileiros estão com o nome no SPC, em função de contas em atraso. Isso significa que de cada 10 pessoas, quatro não estão conseguindo pagar as contas em dia. E, pior, a situação tende a se agravar até o fim do ano.
Esse quadro existe por conta da inflação, que está corroendo a renda da população; os juros nas alturas aumentando as despesas financeiras de quem tem dívidas; e o desemprego, que ganha fôlego. Juntos, esses itens movem o motor de um novo ciclo de inadimplência que se espalha pela economia brasileira.
O quadro é de aceleração nos índices de calote ao longo do ano, sem que haja no horizonte uma perspectiva de mudança nessa tendência, afirma O Globo.
Ao menos quatro instituições que acompanham com lupa os índices de inadimplência (Serasa Experian, SPC Brasil, SCPC Boa Vista e Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo – Ibevar) projetam crescimento das dívidas em atraso.
— Não há no horizonte perspectiva de se reverter o aumento da inadimplência até o fim deste ano. Até lá, ela só deve aumentar, já que a perspectiva é de elevação de juros e inflação ainda alta — diz o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian.
De acordo com o instituto, a alta da inadimplência em maio foi a maior desde agosto de 2014: o número de consumidores com contas atrasadas subiu 4,79% em relação ao mesmo mês do ano passado. O movimento foi puxado pelos devedores que têm entre 90 e 181 dias de atraso, o que indica que eles contraíram essas dívidas no Natal e no início de 2015.
De lá até agora, a lista de inadimplentes ganhou mais dois milhões de pessoas. O SPC Brasil não tem uma série histórica, pois os números absolutos começaram a ser computados no fim de 2014.