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Cruzeiro dá a volta por cima e passa pelo Coritiba sem sustos

O Cruzeiro parece ter conseguido se recuperar do golpe sentido com a eliminação da Copa Libertadores. Neste sábado 17, jogando em casa, voltou a mostrar um bom futebol – apesar de falhas na defesa – e passou pelo Coritiba pelo placar de 3 a 2.

Com o resultado, os mineiros se aproximam da ponta da tabela. Já o Coritiba está na 18ª posição, ainda sem triunfo. E a partida teve como característica a volta por cima de dois jogadores, que andavam por baixo na Toca da Raposa: Ricardo Goulart, que marcou dois tentos celestes, e Borges, que fez o terceiro, após a equipe visitante ter empatado duas vezes.

O Cruzeiro foi a 10 pontos, mesmo número do Internacional e Goiás, mas ficou em segundo lugar por ter um gol a menos que o time gaúcho – dois a três, mas mais gols marcados que o clube esmeraldino, o terceiro: 10 a quatro. O Coritiba, de Alex e Celso Roth, que havia empatado três jogos nas quatro primeiras rodadas, sofreu sua segunda derrota seguida. No domingo passado, o time paranaense perdeu para o Sport, em casa, por 1 a 0, e segue com apenas três pontos em 15 possíveis.

A partida não teve grande nível técnico, mas, especialmente no segundo tempo, foi muito movimentada, cheia de alternativas, com cinco gols, lances polêmicos e jogadas bonitas dos dois lados.

Estreando a camisa amarela, lançada na véspera em iniciativa do departamento de marketing por causa da Copa do Mundo, o Cruzeiro reviu Alex, principal jogador da conquista da Tríplice Coroa, em 2003 e que voltou ao Mineirão 10 anos depois. O atual camisa dez do Coritiba foi saudado pelos torcedores celestes, que gritaram em coro o seu nome. “Emociona. As lembranças vêm à tona, mesmo não sendo o Mineirão da minha época. Como deve ser o último jogo meu no Mineirão, vamos desfrutar”, comentou o jogador, antes de a bola rolar.

Já o técnico Celso Roth, antecessor de Marcelo Oliveira, e que comandou o time cruzeirense no Brasileirão de 2012, sem deixar saudades, da torcida, passou despercebido para os celestes, que compareceram em pequeno número ao Mineirão, no jogo seguinte ao da eliminação do clube na Libertadores, pelo San Lorenzo, na última quarta-feira. Os que acreditaram viram o Cruzeiro sair à frente, logo aos 10 min, com gol de Ricardo Goulart, aproveitando cruzamento de Egídio.

Ambos voltaram a ser titulares, mas por motivos diferentes. O lateral esquerdo jogou por causa da contusão do paraguaio Miguel Samudio. Já Goulart retomou sua vaga, atuando no lugar de Julio Baptista, que foi para o banco. Marcelo Moreno cumpriu suspensão e foi substituído por Borges. Dagoberto retornou ao time titular na vaga de Willian, em mudanças do técnico Marcelo Oliveira visando a recuperação imediata da equipe. Os cruzeirenses viram também o empate paranaense, com gol de Alex e ainda o segundo gol de Ricardo Goulart.

Ao fazer seu gol, o ‘talento azul’, como Alex ficou conhecido em sua vitoriosa passagem pelo Cruzeiro, comemorou o gol, aliás, cumprindo o que havia afirmado em entrevista antes do início do jogo. “O Coritiba que paga o meu salário, sou jogador do Coritiba, quando fiz pelo Cruzeiro contra o Coritiba comemorei, não tem porque ser diferente”, afirmou Alex, que manteve o estilo contido de suas comemorações, mas não deixou de festejar seu primeiro gol na atual edição do Brasileirão.

O primeiro tempo começou com o Cruzeiro em cima do Coritiba. E demorou apenas 10 minutos para abrir o placar, com Ricardo Goulart desviando de cabeça, bola cruzada por Egídio, depois de falha do Coritiba, que perdeu a bola no meio de campo. Esse gol deixou o time paranaense numa situação difícil, porque o planejamento de Roth era jogar atrás, tentando contra-ataques. Em desvantagem e com má campanha, não restava outra opção a não ser se soltar mais, cedendo espaços ao adversário.

Mesmo hesitante, o Coritiba foi à frente. Aos 18 min, Jajá arriscou chute, que assustou Fábio, por ter desviado em um defensor celeste. A cobrança de escanteio não deu em nada. Mas no ataque seguinte dos visitantes, aos 22 min, Alex empatou o jogo. E de cabeça, que não é o seu forte, aproveitando cruzamento de Carlinhos, da esquerda, e falha de marcação de Dedé. A igualdade desarticulou o time anfitrião, por alguns momentos, e calou os torcedores.

Passado esses momentos de tensão, o Cruzeiro reassumiu o controle da partida, chegou com perigo ao ataque, em alguns lances, mas sem muita objetividade. A situação havia voltado ao começo, ou seja, o Coritiba fechado, explorando os contra-ataques. Aos 35 min, por exemplo, o lateral esquerdo Carlinhos desceu bem e obrigou Fábio a fazer boa defesa. Mas o segundo gol foi do anfitrião, novamente marcado por Ricardo Goulart, completando jogada iniciada por ele, que teve Borges fazendo o pivô e Everton Ribeiro cruzando para o goleador da noite balançar as redes.

Os dois times voltaram para o segundo tempo sem modificações. E logo aos 5 min, houve um lance polêmico em que os cruzeirenses reclamaram intensamente a não marcação de dois pênaltis na mesma jogada, o primeiro sobre Bruno Rodrigo e o segundo contra Nilton, na sequência. Os protestos não ficaram restritos ao Mineirão. A reação nas redes sociais foram imediatas, com muitos internautas celestes dizendo que já desistiram de ver um pênalti assinalado a favor do time. Para piorar a situação do clube anfitrião, o Coritiba empatou, pela segunda vez, com outro gol de cabeça, dessa vez feito por Norberto, novamente antecipando-se a Dedé.

Cruzeiro não se abateu dessa vez e partiu para o ataque em busca do terceiro gol. Egídio, aos 16 min, mandou a bola na trave, ao receber passe de calcanhar de Dagoberto, e quatro minutos depois, Ricardo Goulart, livre, desperdiçou ótima chance para fazer o terceiro, ao finalizar para fora. Para tentar a vitória, Marcelo Oliveira colocou Mayke no posto de Ceará e o atacante Willian no lugar do volante Henrique. A pressão celeste deu certo e Borges, aos 23 min, desviou para as redes. O jogo seguiu aberto até o final, com os dois times atacando e buscando o gol.

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