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Cuidado com o bolso na hora de apostar na Bolsa, porque o que sobe hoje cai amanhã

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Éalena Oliveira

“É hora de investir na Petrobras ou na Vale?” É uma pergunta que sempre ronda as mesas dos analistas do mercado brasileiro de ações. Ainda mais em tempos em que esses papéis chegam a registrar ganhos diários na faixa dos 10% na Bolsa de Valores, após perdas na mesma proporção.

Mas o que pode parecer um bom investimento à primeira vista, na verdade é uma armadilha para os desavisados. Em um ano, as ações da petroleira registram baixa de mais de 20%, enquanto os papéis da mineradora tiveram perdas de mais de 29%.

A queda do preço de itens como petróleo e minério de ferro no mercado internacional é um dos fatores decisivos para os negócios dessas companhias e, por consequência, para as cotações de suas ações.

Segundo o balanço de 2015 da Petrobras, a empresa registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões.

O resultado só não foi pior que o da Vale no mesmo período: a mineradora teve perdas de R$ 44,2 bilhões em 2015, o maior prejuízo da história das companhias da Bolsa.

Além do preço das commodities no exterior, a escalada do dólar no último ano e a turbulência política no País trazem ainda mais complicações.

A perspectiva de mudança no atual governo influencia a alta das ações, principalmente as da Petrobras, devido à expectativa de que a economia melhore com a saída da presidente Dilma Rousseff

“O mercado tem se movimentado muito mais no fluxo de notícias políticas”, aponta Roberto Indech, analista da Rico Corretora.

Comprar ou vender? – Antes porta de entrada para a Bovespa, as ações da Petrobras e da Vale se tornaram aplicações mais arriscadas para o pequeno investidor à medida que as dificuldades financeiras dessas empresas cresceram no compasso do esfriamento da economia.

Mas esse quadro também vale para outras companhias: “O momento da Bolsa é de alta volatilidade. Portanto, é um ambiente muito difícil para a pessoa física operar”, diz Luiz Francisco Caetano, da Planner Corretora.

Analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira vê possibilidade de melhora nos resultados da mineradora e da petroleira nos próximos três anos, mas faz uma ressalva: “Do ponto de vista operacional, Vale é um investimento mais atrativo A Petrobras precisa diminuir seu nível de endividamento e se tornar mais eficiente.”

A recomendação dos analistas para o momento é manter na carteira as ações que já foram compradas, mas não arriscar novas apostas até que o cenário político-econômico fique mais definido.

“Essa é uma questão dolorida. Se vender a ação agora, a pessoa sofre se ela subir. Se não vender, sofre se o papel cair”, diz Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper.

estadao

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