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Cuidado com o que usar na fachada, porque placas caem e podem até matar

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Além da função estética, os revestimentos de fachadas exercem papel importante na vida útil das edificações e estão considerados na norma de desempenho ABNT NBR 15.575, em vigor desde 2013. As opções vão desde cerâmicas, pastilhas e pedras até diferentes tipos de pintura.

O ideal é que os revestimentos sejam especificados levando em consideração clima, custos e durabilidade. Erros na escolha podem resultar em sérios problemas, como desplacamentos, fissuras e infiltrações.

“O desplacamento, em particular, constitui grave situação social por causar vítimas devido à queda de material”, adverte Marcus Coimbra, gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado – Segmento Imobiliário na Votorantim Cimentos.

Possíveis causas – As patologias relacionadas aos revestimentos da fachada são classificadas conforme suas origens. Existem os defeitos congênitos, que surgem na fase de projeto; os construtivos, ligados à etapa de execução da obra, podendo ou não estar associados à falha do material; os adquiridos durante a vida útil do edifício; e os acidentais, caracterizados pela ocorrência de fenômenos atípicos. “Independentemente da causa, todos eles têm potencial de provocar prejuízos econômicos aos construtores, fabricantes de insumos e usuários”, diz Coimbra, ressaltando que os defeitos são reflexos da queda precoce de desempenho do sistema a um nível crítico.

Normalmente, não é apenas um fato isolado que gera problemas, mas sim a soma de ações de diferentes agentes mecânicos, térmicos ou biológicos, todos promovendo alterações que impactam no desempenho da edificação. Fissuras de retração e deficiência de aderência, por exemplo, são resultados da atuação conjunta de elementos como chuva, vento e temperatura.

“O atual modelo arquitetônico, com estruturas reticuladas, esbeltas, grandes vãos e elevadas alturas, aumentou significativamente as deformações impostas à alvenaria e aos revestimentos”, afirma o especialista. Consequentemente, também acaba colaborando com a ampliação da incidência de problemas, como o desplacamento e as fissuras.

Desplacamento – As falhas ou rupturas na interface das camadas que formam o revestimento são denominadas desplacamento ou descolamento. “A situação ocorre quando as tensões atuantes apresentam valores maiores do que a resistência dos materiais, ou ainda, superam a capacidade de aderência”, explica Coimbra. O problema começa com a formação de bolsões e pode evoluir a ponto de danificar estruturalmente o sistema de revestimento. “A primeira pista que indica a existência do descolamento é a presença de som oco ao se bater na fachada. Outra evidência é o afastamento físico das camadas”, completa.

Fissuras – Segundo a ABNT NBR 9575 – Impermeabilização – Seleção e projeto, são consideradas fissuras as aberturas ocasionadas por ruptura de um material ou componente. “As patologias podem ser classificadas como microfissuras (abertura com espessura inferior a 0,05 mm); fissuras (espessura inferior ou igual 0,5 mm) e trinca (abertura superior a 0,5 mm e inferior a 1 mm)”, fala o especialista.

O papel das argamassas – Utilizar a argamassa ideal é ação fundamental para garantir a qualidade do revestimento das fachadas. As argamassas devem ser escolhidas em função da característica do projeto e do revestimento especificado. Por exemplo, a Votorantim possui a linha Votomassa de argamassas colantes e a linha MATRIX de argamassas básicas que, quando combinadas corretamente, oferecem soluções para cada tipo de necessidade.

Identificação de problemas – A comprovação da existência de falhas no revestimento da fachada é feita por meio de ensaios, que também detalham a extensão do problema. “A maior parte das análises realizadas atualmente é do tipo destrutiva, chamada assim por necessitar de intervenções que danificam o local estudado”, diz Coimbra, lembrando que alguns dos ensaios apresentam elevada variabilidade e imprecisão, além de baixa confiabilidade quando utilizados como indicadores de durabilidade e qualidade dos revestimentos.

Fator agravante é que, apesar de alguns problemas serem visualmente identificáveis, existem aqueles ocultos. A demora em solucionar a situação resulta na progressão e no agravamento do defeito, podendo dificultar ou, até mesmo, inviabilizar técnica e/ou economicamente o diagnóstico pelas técnicas tradicionais e a recuperação em casos extremos.

Nesse cenário, alternativa interessante é a termografia infravermelha com dispositivos portáteis de resposta rápida e sem necessidade de contato com a superfície analisada, permitindo localizar áreas com perda de calor, que podem indicar defeitos construtivos. Atualmente, essa técnica é aproveitada de maneira eficaz, indicando e acompanhando áreas com cavidades e separações em camadas de superfície; juntas não preenchidas em alvenaria; e umidade, entre outras falhas.

“Existem, ainda, algumas potencialidades do uso da tecnologia de termografia para fachadas que não estão completamente exploradas, como a detecção de degradação em materiais de revestimento em fachadas, especialmente microfissuras”, finaliza Coimbra.

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