Cultura ‘sai devastada’ do incêndio na Estação da Luz; brigadista morreu em ação
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emO governador Geraldo Alckmin (PSDB) lamentou a morte do brigadista Ronaldo Pereira da Cruz durante o incêndio de grandes proporções que atingiu, na tarde desta segunda-feira, 21, o Museu da Língua Portuguesa, na Praça da Luz, região central de São Paulo. Alckmin esteve no local no início da noite.
“Quero transmitir os sentimentos ao Ronaldo Pereira da Cruz, brigadista que perdeu a vida no trabalho, tentando controlar esse incêndio, essa tragédia. Nosso integral apoio à sua família”, disse. O governador afirmou ainda que vai “imediatamente tomar todas a providências para a reconstrução (do Museu da Língua Portuguesa).
Mais de 60 viaturas e 102 homens, segundo Alckmin, foram encaminhadas ao local para combater o fogo, que começou por volta das 16h30. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio. A fumaça atingiu a Estação da Luz. Na Rua José Paulino, as lojas que costumam fechar às 19 horas encerraram o dia por volta das 17 horas por causa da fumaça que tomou conta da rua. O Museu da Língua Portuguesa fica fechado às segundas-feiras.
Por volta das 17h10, os bombeiros informaram que as chamas foram controladas e que o incêndio estava em fase de rescaldo. O teto do museu ficou totalmente destruído e o fogo chegou à torre do relógio. O complexo da Estação da Luz é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Cultura – Em entrevista coletiva, o secretário municipal da Cultura, Nabil Bonduki, disse que um incêndio como o que ocorreu nesta segunda-feira é “devastador para a cultura brasileira”. “Esperamos reconstruir o edifício e recolocar o museu em funcionamento”, afirmou.
Segundo ele, o ocorrido “alerta para a necessidade de ter as condições de segurança adequadas”. Bonduki ainda disse que, só após a saída dos bombeiros, será possível avaliar os estragos provocados pelo fogo. “Pelo que fui informado, o acervo do museu foi preservado”, disse.
O secretário estadual da Cultura, Marcelo Mattos Araújo, também afirmou que a destruição no prédio foi grande. “Todo o acervo é digital, o que permite que ele seja refeito. Nosso compromisso é começar um processo de restauração do museu para que ele seja aberto o mais rápido possível. O prédio foi muito afetado. As instalações da Praça da Língua, do auditório, tudo foi destruído”, disse o secretário Estadual da Cultura, Marcelo Matos Araújo.
“A questão do alvará é complexa porque ele (o Museu da Língua Portuguesa) está inserido em um prédio histórico, compartilhando com outros equipamentos esse mesmo edifício. É um alvará único para esse conjunto, que engloba estação, museu e outras áreas. E na parte do museu não (existe alvará). O que existem são os projetos que foram apresentados pelos bombeiros e foram implantados”, disse Araújo.
Trânsito – Segundo a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a Estação da Luz foi fechada por motivos de segurança. A CPTM recomenda que os passageiros usem o Metrô. Os usuários da Linha 7 desembarcam na Estação Palmeiras-Barra Funda, que tem integração com a Linha 3-Vermelha do Metrô. Já os passageiros da Linha 11-Coral desembarcam na Estação Brás, que também tem conexão com a Linha 3-Vermelha.
A integração da Estação Luz, da CPTM, para as linhas 1-Azul e 4-Amarela do Metrô está fechada. Os usuários podem sair da estação e pegar um ônibus. Segundo a CPTM, a Estação da Luz será reaberta após autorização dos bombeiros.
Antes – A Estação da Luz de São Paulo foi parcialmente destruída por um incêndio no dia 6 de novembro de 1946. O fogo atingiu boa parte da estação, destruiu os arquivos, documentos e prejudicou a fachada da Avenida Tiradentes. A ala oeste não foi atingida pelas chamas, pois a alta torre da estação – uma réplica da torre Big Ben da abadia londrina de Westminster – serviu de chaminé.