Marta Nobre, Edição
O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou ao cargo por volta das 13 horas desta quinta-feira, 7. O anúncio foi feito em carta lida pelo próprio parlamentar. A leitura foi interrompida por momentos de choro, fruto da emoção de Cunha.
O deputado disse que está pagando o preço de ter aberto o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. E acusou o presidente interino Waldir Maranhão de ter deixado a Câmara acéfala.
Com a renúncia, a Câmara tem até cinco sessões para eleger o sucessor de Cunha, que terá uma “gestão tampão” até 1º de fevereiro de 2017. A renúncia ocorre dias antes de a CCJ votar recurso do peemedebista contra pedido de cassação de seu mandato aprovado pelo Conselho de Ética.
Ao deixar o cargo, deputados avaliam que Cunha espera conseguir conquistar apoio na CCJ e no plenário para salvar seu mandato. A decisão de renunciar à presidência da Câmara, cargo do qual ele estava afastado desde maio, por decisão do STF, que o suspendeu do exercício do mandato.
Cunha leu, com a voz embargada e lágrimas nos olhos, uma carta de renúncia no Salão Nobre da Câmara. Ele estava acompanhado dos deputados Carlos Marun (PMDB-MS) e João Carlos Bacelar (PR-BA).
“Resolvi ceder aos apelos generalizados dos meus apoiadores. É público e notório que a Casa [Câmara] está acéfala, fruto de uma interinidade bizarra que não condiz com o que país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente minha renúncia poderá pôr fim a esta instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente”, disse o deputado.