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Curupira caça ministro e tenta salvar delegado

Corno, na definição literal, não existe. É uma figura folclórica. É como um conto de fadas, que tem versão diferente para cada idioma. Há também quem associe corno a Zeca Pagodinho (não por ser ele um), mas sua música Caviar, que muita gente sabe que existe, ouviu falar mas não pode provar.

Lenda, mito (na concepção da palavra, e não um ‘minto’), ou figura folclórica, a verdade é que corno também é conhecido por trocar o colchão da cama quando flagra a esposa deitada nele com o vizinho. Quando a traição é no sofá, joga-se o sofá fora, para não ficar nenhum resquício da traição.

No Brasil, diz-se, os cornos têm reações diferentes, a depender da região. No Rio de Janeiro, por exemplo, o carioca, quando flagra a mulher com outro, aproveita e promove uma suruba.

Já o cearense, da capital ou do Cariri, mata os dois com peixeira. Depois, lavada a honra (e a peixeira) sai para tomar uma pinga.

No Rio Grande do Sul, é diferente. Lá para os lados dos Pampas (é o que se diz por aí) gaúcho, quando descobre que é corno, manda a mulher embora e fica com o cara.

Por fim, em Goiás, corno de verdade vai pra zona do baixo meretrício e procura um corno igual, para formar uma dupla sertaneja. Daí a virar intérprete de Reginaldo Rossi, é questão de dó ré mi.

Cornos à parte, nem John Wayne, o rei do bang-bang, imaginaria que em pleno Século XXI, no Brasil, bandido ficasse solto e o xerife fosse enxotado.

Corno, como se vê, mesmo sendo figura folclórica, é questão de simbiose – aquele substantivo feminino, que significa associação íntima entre duas pessoas.

No Amazonas não se tem notícia de cornos. Lá existe o Curupira, mais recentemente apelidado também de mourão. São aquelas estacas firmes, irremovíveis, usadas em porteiras para evitar a passagem de boiada e tratores.

Hoje, no Brasil, o Curupira mourão tem declarado para o mundo ouvir, que é ele o protetor da floresta. E que, como avalista do combate ao desmatamento, se voltará contra quem mandar punir caçador de bandidos.

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