19 de abril
Cuscuz, amarelinho, não poderia passar em branco no seu dia
Publicado
em
Para o nordestino, o cuscuz não é apenas uma refeição, é um pedaço da própria identidade. Em muitos lares da região, ele vale mais do que o feijão com arroz e está presente no café da manhã, no almoço e até no jantar. Simples, versátil e saboroso, esse prato tem um dia especial para ser celebrado: 19 de março, data que homenageia essa verdadeira instituição da culinária brasileira.
Mas de onde vem o cuscuz? Sua origem remonta ao norte da África, onde os berberes já o preparavam há séculos, utilizando sêmola de trigo. Com a chegada dos colonizadores portugueses ao Brasil, essa receita foi adaptada e ganhou a cara do Nordeste, onde o trigo deu lugar ao milho, mais abundante na região. Assim nasceu o cuscuz nordestino, feito de flocos de milho hidratados e cozidos no vapor.
Receitas que contam histórias
O cuscuz pode ser simples, apenas com um pouco de sal e água, ou elaborado, carregado de ingredientes que refletem a diversidade cultural do Brasil. Cada estado nordestino tem sua versão preferida:
Cuscuz com manteiga: Um clássico no café da manhã nordestino. Depois de cozido, o cuscuz é desmanchado no prato e recebe uma generosa camada de manteiga derretida, realçando seu sabor.
Cuscuz com queijo coalho: Outra paixão regional, onde o queijo derrete no calor do cuscuz e forma um casamento perfeito de texturas e sabores.
Cuscuz com leite: Alguns preferem comer o cuscuz com leite quente, criando uma refeição cremosa e reconfortante, perfeita para começar o dia.
Cuscuz com ovo: Muito comum no sertão, essa combinação une dois alimentos nutritivos, garantindo sustância para quem precisa encarar um dia de trabalho pesado.
Cuscuz recheado: Em versões mais elaboradas, o cuscuz pode levar carne de sol desfiada, frango, linguiça ou até mesmo sardinha, transformando-se em um prato completo.
Cuscuz paulista: Uma variação que nasceu no Sudeste, mas tem raízes nordestinas. Essa versão leva farinha de milho, tomate, ervilhas, ovos, palmito e camarão, sendo frequentemente moldado em formato de bolo.
Brasil todo
Com a migração nordestina para outras regiões do país, o cuscuz se espalhou e conquistou novos admiradores. Em São Paulo, onde a comunidade nordestina é forte, o prato é encontrado em mercados, restaurantes e nas casas de milhões de paulistanos. No Norte do Brasil, o cuscuz ganha uma versão com farinha de mandioca, mostrando como ele se adapta aos ingredientes locais. Já no Sul e Sudeste, muita gente aprendeu a amar o cuscuz depois de experimentar a receita nordestina tradicional.
O cuscuz não é só um alimento, mas um símbolo de resistência e de raízes culturais profundas. Ele está presente nas lembranças de infância, nas mesas das avós, nas feiras nordestinas e até mesmo nas canções populares. Seu preparo simples e nutritivo reflete a força do povo nordestino, que faz da terra seca um lugar fértil para a criatividade culinária.
Celebrar o Dia do Cuscuz em 19 de março é reconhecer a importância desse prato na história e na cultura do Brasil. Afinal, poucas comidas conseguem ser ao mesmo tempo tão simples e tão grandiosas. Seja puro, com leite ou recheado, o cuscuz é e sempre será um orgulho nordestino – e um presente para todo o país.
