Fuga em massa
Custo alto assusta e afasta o povo dos planos de saúde
Publicado
emO ano de 2017 começou com nova redução no total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalar. Apenas em janeiro, 306,4 mil vínculos foram rompidos no país. No total, o mercado brasileiro de planos de saúde médico-hospitalares conta, agora, com 47,6 milhões de beneficiários, uma queda de 0,64% em relação a dezembro do ano passado, de acordo com a Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Na comparação com o mês de janeiro de 2016, contudo, a queda foi bem mais acentuada. No período de 12 meses, 1,6 milhão de beneficiários deixaram de contar com o plano. O que equivale a uma retração de 3,2%. O resultado reforça o sinal de alerta para o setor, e indica que podemos vislumbrar novas reduções no total de beneficiários destes planos, segundo destaca o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro.
“Ainda não é possível saber quando o mercado vai se estabilizar. Tudo vai depender da retomada da atividade econômica e da recuperação do emprego. O que nos deixa mais otimistas é que as mais recentes pesquisas de mercado, como o boletim Focus, do Banco Central, indicam uma expectativa de crescimento do PIB e estabilidade inflacionária, o que pode gerar um processo de retomada do desenvolvimento, do consumo e, também, do mercado de trabalho.”
Carneiro explica que o comportamento do mercado de planos de saúde médico-hospitalares está intimamente ligado ao saldo de empregos no País. “Enquanto continuarmos a registrar redução do total de postos de trabalhos, dificilmente veremos uma recuperação do mercado de planos de saúde”.
O executivo destaca que isso se deve ao fato de a maior parte dos vínculos ser de planos coletivos empresariais, ou seja, aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores. Além deste vinculo ser rompido, a redução da massa de rendimento das famílias também acaba por influenciar sua capacidade de manter planos familiares ou mesmo coletivos por adesão.
“Se o plano de saúde não fosse um dos bem mais desejados pelo brasileiro, o resultado poderia ter sido pior”, desta Carneiro. “Como o plano de saúde é o terceiro maior desejo do brasileiro, atrás apenas da casa própria e da educação, os beneficiários de planos de saúde, mesmo desempregados, optam por cortar outros gastos antes de romper o vínculo com a operadora”, completa.