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Da escravidão às portas abertas. Uma campanha de imigração provoca polêmica

Uma campanha publicitária do Ministério da Justiça para combater a xenofobia e a intolerância no País causou polêmica nesta quarta-feira, 14, nas redes sociais. A peça retrata Matheus Gomes, um jovem negro de 18 anos, ao lado dos dizeres: “Meu avô é angolano e meu bisavô é ganês. Brasil, a imigração está no nosso sangue”. Nos comentários, as pessoas disseram que escravos africanos que foram forçados a vir ao Brasil não podem ser confundidos com imigrantes.

“Só era o que me faltava! Vocês classificarem escravidão como imigração. Ai, me poupe Ministério da Justiça, quanta falta de empatia por uma história”, escreveu uma internauta. “O que estão fazendo é romantizar a escravatura”, postou outro usuário.

Alguns ainda defenderam o ministério: “Nem todos os negros que vieram para o Brasil foram por meio da escravidão, alguns imigraram sim em busca de emprego e vida melhor. No caso do avô e bisavô deste rapaz do post, ele teria que ser idoso para ter bisavós escravos. Questão de interpretação. Racista é pensar que todos os negros que vieram eram escravos.”

O Ministério da Justiça respondeu a cada um dos comentários no Facebook lamentando que a postagem tenha levado a “interpretações que associavam escravidão e imigração”. “Essa absolutamente não era a intenção, e por esse motivo pedimos desculpas”, afirmou a pasta, agradecendo as contribuições. Disse ainda que “apoia a importante discussão sobre a escravidão na nossa história.”

Segundo o ministério, o objetivo é “sensibilizar quanto à importância de enfrentar toda forma ódio, preconceito e a intolerância, inclusive o racismo, além de mostrar que a sociedade brasileira é composta de descendentes de imigrantes de todas as partes do mundo, que ajudaram a construir o país que conhecemos hoje.”

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