Quase uma semana após a captura do devorador de homens, Sá Gomes e Leonardo Bernar foram entrevistados por vários jornalistas. Além da imprensa local, profissionais de todo o país e até do exterior queriam noticiar aquele
momento.
Diante dos holofotes, Sá Gomes deu início às conclusões que a equipe formada por biólogos e veterinários havia chegado após os exames no jacaré-açu. A primeira e mais surpreendente, segundo as próprias palavras de Sá Gomes, é de que não havia Sansão, mas Dalila.
– Isso foi algo que nos deixou muito surpresos. É que se trata de uma fêmea. Crocodilianos fêmeas são muito menores que os machos. Mas esta, em especial, é incrivelmente grande, pois é o maior espécime registrado até o momento. Ela tem exatos 5,88 metros.
A conferência durou horas, até o momento em que todos foram encaminhados para o local onde estava a fêmea de jacaré-açu. Lá se encontrava Dalila praticamente inerte se esquentando num canto da ilha quase no meio do pequeno lago. Alguns macacos dividiam aquele espaço com ela. Certamente desconheciam os antecedentes da companheira ou, se sabiam, confiavam na própria agilidade em escapar daquelas poderosas mandíbulas.
Quase dois anos após esse ocorrido, uma dúvida ainda paira entre os moradores da capital do país. Dalila teria deixado herdeiros no lago Paranoá? Não se sabe se isso é verdade ou, então, mais uma lenda urbana. Seja como for, Dalila continua exposta no zoológico de Brasília para quem quiser atestar a veracidade dessa história.