Que eleição apenas se define depois que os votos são apurados todo mundo sabe. Porém, o que seria dos analistas políticos e dos “animadores” de eleitores caso não houvessem as mais variadas previsões e as resenhas diárias do tabuleiro do jogo pré-eleitoral?
Passado o prazo de desincompatibilização dos ocupantes de cargos públicos, é hora do espetáculo da especulação. Fulano vai ser candidato a isso, sicrano àquilo; no palanque onde um sobe o outro não pisa; a candidata do presidente é essa ou aquela e por aí vai.
No campo das eleições proporcionais os números dominam o debate: Zé vai ter 20 mil votos para distrital, Maria 30 mil; o partido xis vai fazer 3 deputados e o ipsilong não vai fazer nenhum! Na verdade, se a gente levar ao pé da letra as previsões dessa turma, precisaríamos de 2 vagas de governador, 6 de senadores, 76 de distritais e 48 de federais. Aí sim, quase todas as profecias nostradamescas aconteceriam.
A pauta especulativa do dia de hoje ou quem sabe talvez perdure durante as próximas semanas, tem como personagens principais as ex-ministras Damares Alves e Flávia Arruda. O fato é que a filiação de Damares ao evangélico Republicanos, acendeu um farol para os que usam a discórdia como combustível.
Isso porque, mesmo depois de o presidente Bolsonaro, em uma de suas lives semanais, ter lançado a candidatura de Flávia (do PL comandado por um corrupto que, a exemplo do marido dela, passou uma longa temporada na cadeia) ao Senado com seu total apoio, ainda tem gente soltando o balão de que Damares poderia enfrentar Flávia num combate fraticida pela vaga da única cadeira no Senado que está em jogo.
Em política tudo pode acontecer, inclusive nada, mas o Planalto deveria ficar atento para as escapadas das moscas azuis. Afinal de contas, a contaminação pelo contato com as fezes desses insetos pode ter consequências desastrosas. E Damares, acostumada com bichos de goiaba, quer usar dos mais diferentes artifícios para domar o sonho da candidatura de Flávia, que promete contra-atacar com folhas de arruda.