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Däniken manda HD para o espaço; administrar não é vender imagem

As bolsas de apostas aguardavam um desfecho nos próximos meses, mas não em tão pouco tempo. As teorias dos observadores estavam corretas. É de matar Erich von Däniken de inveja. Afinal, maldosamente, os críticos difundiram a alcunha de Helio Doyle, como o breve. Não exclusivamente porque tenha o seu atual poder vencido em menos de seis meses, mas pela sua performance como autoridade, repetida de outros governos do Distrito Federal (não de Brasília).

Outros governadores que ocuparam o Buriti afirmam que o bom e reconhecido jornalista Doyle, não chega a ser um exímio administrador ou economista, que é o que a população espera de um secretário de tudo, mas que ao final não consegue resolver nada. E essa não é uma prerrogativa dele, justiça seja feita.

O Governo do Distrito Federal (não de Brasília) é de grande complexidade, tem um orçamento per capita de fazer inveja a outros Estados, mas seus múltiplos problemas exigem decisões imediatas e planejamento rígido. Desculpas evasivas não têm vida longa e arrastam o governador Rodrigo Rollemberg para uma situação impopular.

Aliás, governador, não caia na mesma armadilha preparada para o Agnelo Queiroz que importou uma equipe de comunicação dos algozes Roriz e Arruda, por indicação de vitalícios, como se essa turma fosse igualmente vitalícia nas tetas da loba. Deu no que deu. Fique atento, Rodrigo, diga não a certas autoridades fiscalizadoras que já devem estar rondando o túmulo.

O óvni que pairou sobre o Buriti desde janeiro até esta quarta-feira 10, abduziu finalmente o secretário multifacetado politicamente, nômade, suprapartidário e centralizador (dizem) que estava preocupado em decidir miudezas como a cor do forro das cadeiras do palácio. Palácio, diga-se, do Governo do Distrito Federal (não de Brasília).

Däniken talvez tenha organizado o embarque na nave que veio abduzir Helio, o breve, porque a fila era grande e formada por agentes de outros poderes com os quais ele deveria ter conversado muito. Poder é a arte de ceder, de compor, de argumentar e especialmente de formar equipes competentes a quem os poderes devem ser delegados e as ordens cumpridas. Arte para poucos. Os dividendos serão sempre da autoridade máxima, que hoje é Rollemberg, mas que até agora, pela estratégia imposta por Helio, o breve, só colheu quedas nas pesquisas.

Mas Rollemberg também foi breve em aceitar o embarque de Helio na nave em direção ao espaço sideral. A pergunta que deve ser feita a Roriz, reconhecido por decidir e fazer, é: governador, eram os deuses astronautas? Com o próprio Roriz, foi a mesma coisa. Com Cristovam Buarque, nem se fala, até cavalo-de-pau do governador a bordo de um carro pilotado por Nelson Piquet, no autódromo, Helio, o breve, criticou e criou uma situação pública constrangedora para nossa autoridade máxima. E olha que ninguém duvida de que Piquet saiba pilotar. Com segurança. Cristovam Buarque poderia, ao contrário, ter ocupado a mídia como uma personalidade menos acadêmica, jovial e preparado para diferentes emoções. Erro de Helio, o breve, que se mostrou retrogrado.

Se o novo ocupante da cadeira souber como conduzir a equipe e terceirizar as decisões, de forma compartilhada, com um conceito unificado e previamente definido, Rollemberg tem tudo para sair de um cenário desfavorável na opinião pública. O governador é quem deve falar com a população. A Casa Civil deve orientar o discurso de toda a equipe do GDF (não de Brasília), mas não tem o papel de porta-voz. E quem deve arregaçar as mangas e ir a campo mostrar serviço são seus secretários, administradores e servidores, independente de bloco partidário ou corrente ideológica.

Rollemberg tem perfil para isso, basta tomar a decisão de ser governante. Seis meses já foram suficientes para que ele tenha refletido sobre qual cargo exerce legitimamente, com o poder do voto. Helio, o breve, não tem voto algum, embora deixasse a impressão de que era ele o eleito pela sociedade do Distrito Federal (não de Brasília).

Existe, sim, uma grande torcida para que Rodrigo, companheiro de todos os candangos pioneiros desde muitos anos, possa ser um exemplo a ser seguido. Quem sabe Däniken mande a mesma nave que levou Helio, o breve, trazer pessoas que possam contribuir com um futuro melhor. E que não sejam velhos carimbados nem gente muito estranha…

Kleber Ferriche

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