Dados da Secretaria de Segurança do Distrito Federal apontam que 20% das denúncias feitas à central integrada de atendimento – que reúne chamados do Detran, DER, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil e Defesa Civil – são trotes. Em média, são 1,7 mil ocorrências por dia, mas 340 são comunicações falsas de ocorrências.
Diretor-geral do Centro Integrado de Atendimento e Despacho, José Carlos Medeiros de Brito disse que aproximadamente 80% dos trotes são realizados por celulares pré-pagos. Ele afirma haver grande dificuldade para identificar a pessoa que realiza o trote.
“Várias pessoas já foram autuadas, mas a nossa maior dificuldade é a quebra de sigilo de dados telefônicos para identificar a autoria e a materialidade”, declarou. “Atualmente, todos os pedidos têm que ser judicializados, então demora muito a identificação.”
O diretor-geral informou que o Conselho-Geral da Anatel irá colocar em pauta a criação de uma resolução autorizando a quebra de sigilo imediato de dados telefônicos de pessoas que liguem para o serviço de emergência.
“Um trote equivale a uma vida perdida”, afirmou Brito.”Quando eu desloco uma viatura policial ou de serviço médico para uma ocorrência inexistente, eu deixo de socorrer uma ocorrência existente, e isso pode levar à morte de uma pessoa.”
Segundo Brito, quando os suspeitos são identificados, é aberta uma ocorrência na delegacia e um inquérito para que a situação seja investigada. O Código Penal prevê até oito anos de prisão para quem denuncia um crime que não ocorreu e até três anos de prisão para quem interrompe o serviço público ocupando a ligação.