Eleições municipais
Debate na Band mostra que Marçal é o que mais fede no chiqueiro dos paulistanos
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emO debate realizado pelo grupo Band na quinta, 8, trouxe à tona uma série de cenas que mais lembravam um reality show de bizarrices do que um encontro de ideias e propostas para o futuro de São Paulo. O que era para ser uma oportunidade de os candidatos apresentarem suas visões para a maior cidade do Brasil, acabou se transformando em um espetáculo lamentável, com direito a testadas dignas de uma briga de bode e um linguajar chulo que beirava o inaceitável.
Um dos momentos mais marcantes do debate foi o descontrole emocional da esposa do atual prefeito, Ricardo Nunes. Aos berros, ela implorou para que deixassem sua família em paz, num claro sinal de que a pressão da campanha está afetando não só o candidato, mas também aqueles ao seu redor. Em meio a isso, a deputada Tábata Amaral conseguiu marcar sua presença com uma estocada certeira, comparável a uma cesta de três pontos no basquete, mas Nunes, apesar do golpe, manteve sua postura serena, característica que o faz ser comparado ao “picolé de chuchu” – expressão usada para descrever figuras que, embora calmas, carecem de carisma.
Por outro lado, Guilherme Boulos demonstrou que, apesar das provocações, consegue manter a compostura, evidenciando uma habilidade em lidar com a pressão que é fundamental em um cenário tão polarizado. Já José Luiz Datena, conhecido por seu domínio sobre as câmeras e pela postura autoritária em seus programas, mostrou-se desconfortável. Acostumado a controlar o tempo e a repreender quem lhe convém, o apresentador teve dificuldades em se adaptar ao formato do debate, onde o controle é compartilhado e a dinâmica é bem diferente de seus shows televisivos.
No entanto, o verdadeiro espetáculo dantesco da noite ficou por conta de Pablo Marçal. A postura do candidato foi uma combinação de agressividade, mentiras e misoginia, refletindo um perfil que pode ser descrito como abjeto. Marçal, que já utiliza as redes sociais como palco para suas performances questionáveis, trouxe para o debate a mesma postura, o que levantou preocupações sobre o tipo de influência que figuras como ele podem exercer no ambiente político e na sociedade.
A participação de Marçal no debate é um lembrete preocupante de como as redes sociais podem ser usadas para promover figuras que, em outros contextos, seriam amplamente rejeitadas. Sua habilidade em chamar a atenção, mesmo que de maneira negativa, reflete um fenômeno mais amplo de superficialidade e manipulação que tem dominado o cenário político em diversas partes do mundo.
Ao final, cabe aos paulistanos refletirem sobre os candidatos que se apresentaram no debate e se questionarem: Pablo Marçal, qual é a música? Será que ele vai conseguir enganar a todos, ou o público finalmente enxergará a verdadeira natureza do candidato? O tempo dirá, mas o episódio de ontem certamente deixou uma marca no debate político de São Paulo, lembrando-nos que a política, quando mal conduzida, pode facilmente descambar para o entretenimento grotesco, onde o que menos importa é o bem-estar da população.