O militar da reserva Carlos Decotelli não é mais ministro da Educação. Nomeado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro, ele sequer assumiu o cargo. O ex-futuro-ministro esteve no Planalto na tarde desta terça, 30, e entregou sua carta de demissão.
O professor teve sua formação acadêmica questionada por diferentes setores ligados à educação e ciência. Ao contrário do que diz seu currículo, Decotelli não é doutor em nada. Muito menos com cursos em universidades da Argentina e da Alemanha.
A carta de demissão foi entregue ao general Braga Netto, ministro-chefe da Casa Civil. Incomodado por mais um ‘equívoco’ de Decotelli, o presidente Bolsonaro recusou a receber o ex-ministro em seu gabinete.
A demissão será oficializada nas próximas horas. O Palácio do Planalto evita comentar a saída de Decotelli para que o gesto não faça sombra ao anúncio, por Bolsonaro, de mais duas parcelas de 600 reais do o auxílio-emergencial.
Evangélico, oficial da reserva da Marinha, Decotelli seria o primeiro negro a ocupar um cargo na Esplanada dos Ministérios no governo de Jair Bolsonaro. A gota d’água para a demissão foi nota da Fundação Getulio Vargas, informando que ele não foi pesquisador ou professor da instituição, como consta no currículo do ex-ministro.