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Defesa reage a pedidos de prisão de Sarney, Jucá e Renan. Brasil, o Estado policialesco

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Marta Nobre, Edição

Está declarada guerra a Rodrigo Janot, procurador-geral da República. As armas são disparadas pelos advogados do ex-presidente e ex-senador José Sarney, e do senador Romero Jucá, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Eugênio Pacelli, quer atua na defesa do presidente do Senado Renan Calheiros.

“Estamos banalizando o instituto da prisão preventiva. É muito grave pedir prisão preventiva de um ex-presidente da República porque ele deu uma opinião”, afirmou Kakay. A mesma linha de raciocínio foi utilizada por Pacelli. “É um absurdo”, enfatizou.

Kakay está em Londres e foi pego de surpresa com a decisão de Janot de pedir a prisão dos três próceres do PMDB. O pedido de prisão preventiva é extensivo a Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados.

Para Kakay, não há indícios nas gravações feitas por Machado de Jucá ou Sarney tentaram impedir os trabalhos da Operação Lava Jato. “Nada justificaria, no meu ponto de vista, sequer uma investigação. Eles deram as opiniões deles. É um direito que eles têm. Não podemos começar a criminalizar a opinião. Prefiro acreditar que não existe o pedido [de prisão]. Mas se houver, não acredito que o STF cometerá um ato de tal gravidade”, disse o advogado.

Kakay disse que vai solicitar novamente o acesso à delação de Machado e ao pedido de prisão contra Jucá e Sarney. “Tudo o que sei sobre o assunto é o que saiu na imprensa. Já pedi acesso à delação na semana passada, mas meu pedido foi negado”, disse.

Já Eugênio Pacelli decidiu solicitar informações ao Supremo Tribunal Federal sobre o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República. Segundo ele, se o pedido tiver sido feito com base nas gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, o pedido de prisão é “um absurdo”.

Pacelli diz que foi informado nesta terça-feira sobre o pedido de prisão contra Renan e que irá pedir acesso tanto ao pedido de prisão quanto à delação premiada de Machado. “Não tive acesso a nada. Vou pedir acessos aos documentos. Quero saber se vivemos num Estado policial ou não”, afirmou.

Pacelli reiterou que não vê elementos nas gravações feitas por Machado que justifiquem um pedido de prisão contra Renan.

“Se for baseado nas gravações, é um absurdo. Repito, não vi nenhum ato que pudesse significar alguma tentativa de barrar a Lava Jato. Ele fez uma crítica à operação assim como muitos juristas já fizeram. Se isso é querer perturbar a Lava Jato, então não tem mais democracia”, afirmou.

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