“Pessoas com barba têm mais bactérias no rosto do que aquelas que não têm.” Segundo os estudos mais recentes, essa afirmativa não passa de um mito.
Publicado no Journal of Hospital Infection, uma pesquisa feita por um hospital americano revelou que os barbudos chegam a ter até três vezes menos MRSA (Staphylococcus aureus resistente à meticilina) – uma das bactérias mais responsáveis por infecções hospitalares – do que pessoas sem barba.
Primeiramente, os estudiosos suspeitaram que os funcionários sem barba possuíssem mais MRSA por conta de que, ao se barbearem, esfoliações seriam causadas, o que contribuiria para o acúmulo e proliferação de bactérias na pele. Esta, porém, não foi a mesma conclusão que uma reportagem da BBC chegou.
Para verificar quais eram os organismos encontrados nos pelos faciais, a TV britânica enviou algumas amostras do material coletado para Adam Roberts, microbiologista da University College London.
Com base nas amostras, Roberts conseguiu cultivar mais de 100 tipos de bactérias. Contudo, logo percebeu que muitas delas estavam morrendo. Sua principal suspeita foi que um micróbio também presente nas amostras estava promovendo a falência das outras bactérias. Ele chegou a uma conclusão: a bactéria Staphylococcus epidermidis está assassinando as outras.
Intrigado, o microbiologista resolveu testar a eficácia da S. epidermidis contra a bactéria causadora da infecção urinária, a Eschercichia coli, que é resistente a medicamentos. Todas as Eschercichia coli foram mortas.
Para a BBC, Adam Robert disse que mais de 700 mil pessoas morrem ao ano por conta de infecções resistentes a antibióticos. Apesar de cedo, a Staphylococcus epidermidis pode ser a esperança para o lançamento de um novo antibiótico, o que não acontece há mais de 30 anos.