Jussara Prado
A dúvida na escolha profissional é comum, não só entre jovens que estão na fase de prestar vestibular. A indecisão e até um certo vazio quando se pensa na carreira é recorrente também entre adultos. Geralmente as pessoas indecisas profissionalmente têm medo de mudar de área ou vergonha em assumir uma carreira nova.
Muitas vezes tomam decisões baseadas de acordo com mercado ou com as “profissões do momento”. Ao longo da minha experiência como psicóloga e master coach, tenho percebido que a influência dos pais é um dos fatores de grande influência no sucesso, ou no fracasso de seus filhos.
A origem da confusão profissional de um indivíduo geralmente tende a ser um reflexo ou um espelho da atitude dos pais. A imagem do pai e da mãe tem total influência na vida profissional dos filhos.
O arquétipo de pai normalmente proporciona a estrutura e a segurança familiar, a partir da disciplina. Já a mãe oferece amor, em forma de atenção e presença. Como forma de honrar toda essa energia recebida, é comum ver adultos agindo de forma inconsciente para agradar os pais, mesmo que aparentemente não seja no caminho do sucesso.
Quem são os pais como profissionais influencia e muito e quem serão os filhos. A força de trabalho, a dedicação, o amor, o empenho ou até o lado negativo como atos de negligência, desleixo e corrupção tendem a ser copiados, pois os pais são a primeira referência daquele ser.
E a relação entre pais e filhos é essencial. Quando os filhos tiram nota baixa, por exemplo, ao invés de os pais darem apoio e ajudá-lo para melhorar seu desempenho, por muitas vezes, acabam criticando a criança. A comparação com outras pessoas também é um fator prejudicial aos filhos.
Você sabia que os maiores gênios eram medianos na escola? Alguns eram até mesmo considerados péssimos alunos. Nem mesmo gêmeos possuem os mesmos dons, então, não há motivos para comparações. Isso provoca mal estar nas crianças e sensações de inferioridade. Além disso, pode atrasar o sucesso pessoal e profissional, pois a criança começa a se comparar com outras e se sentir inferiorizada.
Incentivar o estudo e o desenvolvimento do raciocínio são atitudes mais construtivas para os filhos. É importante também que os pais estejam em constante observação, os enxergando como seres humanos em evolução. Desenvolver recursos lúdicos, de acordo com a idade, como brincadeiras, por exemplo, costuma gerar um resultado significativo e ampliar a conexão em família de forma mais rica e educativa. Também é essencial estarem próximos dos professores, que exercem um papel fundamental de ensiná-los e de servirem como referência.
Perceber as qualidades que os filhos desempenham, faz com que os pais compreendam melhor suas necessidades e interesses. Mesmo que a vida seja muito corrida, vale a pena se dedicar e se aprimorar no desenvolvimento infantil, pois, querendo ou não, os pais sempre serão referências a seus filhos. Como isso vai acontecer, é uma questão de escolha.