Vivemos em um mundo onde a dualidade impera. Afinal, o claro não existe sem o escuro, o dia, sem a noite, a luz, sem a escuridão… e por aí vai. Tudo em nossa vida tem dois lados e normalmente associamos aquilo que não nos agrada como “do mal”. E isso inclui nossos relacionamentos…
É comum conhecermos uma pessoa e, imediatamente, sentirmos simpatia ou antipatia por ela. E isso é algo que acontece antes de, realmente, conhecermos a pessoa em sua essência. Simplesmente olhamos para ela e a etiquetamos automaticamente…
Eu sei que não é certo falar sobre isso… afinal, estamos discorrendo sobre antipatia gratuita, não é mesmo? E isso não é aceitável, ao menos no momento atual em que vivemos… sim, porque o que pode ou não ser dito depende muito daquilo que a sociedade considera aceitável em determinado período… a cada momento novas diretrizes são aplicadas e outras, consideradas obsoletas, arquivadas para serem usadas mais tarde, quando fizerem sentido novamente…
Não é engraçado como vivemos em um mundo onde necessitamos de antagonismo? É como se estivéssemos vivendo dentro de um desses jogos de videogame, onde a personagem tem que enfrentar várias adversidades para chegar finalmente no pódio… para dali a alguns instantes tudo ser reiniciado novamente…
Claro que na vida real, quando o jogo acaba, não há condições de reiniciá-lo. E, invariavelmente, somos derrotados. Aliás, isso faz parte de nossa gênese. Nascemos, somos treinados quando crianças para enfrentar as batalhas que travaremos mais tarde, chegamos à adolescência e finalmente entramos na arena, onde nem sempre portamos as melhores armas para o entrevero que enfrentaremos dali para frente…
Alguns de nós conseguem avançar no jogo, alcançando novos níveis, novos desafios. Outros, vão ficando pelo caminho. Sim, a luta é constante e a todo momento alguém cai no campo de batalha, tendo sua vida ceifada e sendo retirado do grande circo da vida…
Mas as peças de reposição logo chegam, e a batalha continua. Algumas vitórias dão ao gladiador a sensação de que pode tudo, até mesmo alcançar o Nirvana… pena que tal lugar de descanso não exista… sim… as Walkyrias, que conduziriam o vencedor até o Walhala no final de sua batalha simplesmente não vem, porque tal lugar não existe. O guerreiro viveu uma mentira até seu último suspiro…
O que podemos fazer, diante de tal fato? Que tal abrirmos a janela, deixar-nos banhar pelos raios do Astro Rei, à espera do momento em que teremos que enfrentar nossa batalha derradeira? Porque, não nos iludamos… nossa hora chegará. Mas até lá que possamos aproveitar as maravilhas desse Paraíso onde por ora nos encontramos… pois nada nos garante que outro nos aguarda no futuro…