Cláudio Colleti e Marta Nobre
Embora o Supremo tenha decidido pelo sigilo das delações de ex-executivos da Odebrecht, alguns nomes de supostos envolvidos começam a circular nos meios políticos. O principal deles é o do próprio Michel Temer.
O presidente, porém, não pode ser julgado pelo Supremo. É o que reza a Constituição. Mas ninguém descarta – na possibilidade de o sigilo ser quebrado -, a possibilidade de Temer enfrentar um processo de impeachment.
Mas esse não é o único problema que tem acionado a luz amarela no Palácio do Planalto. O presidente também terá pela frente um 2017 com muitas dificuldades, como o desfecho, ainda neste semestre, do processo em andamento no Tribunal Superior Eleitoral, que pede a cassação do registro da chapa Dilma-Temer, vitoriosa nas últimas.
Contra essa dobradinha pesa a denúncia formulada pelo PSDB de que teria se beneficiado de recursos desviados da Petrobras. Michel Temer está tentando esvincular o seu nome das contas apresentadas pelo PT. Ele alega que seu comitê eleitoral funcionou separadamente do comitê de Dilma.
Caso o TSE decida pela punição, o presidente já avisou que recorrerá ao STF. Sua estratégia é ganhar tempo, possibilitando-lhe concluir o governo em 31 de dezembro de 2018.
Se a jogada for por terra, ou seja, a manobra não surta efeito, caberá então ao Congresso Nacional eleger um presidente-tampão para terminar o mandato presidencial. Isso, lógico, se o impeachment não aparecer antes, no desdobramento das delações da Lava Jato.