O Santana chegou à delegacia com os bofes pra fora como de costume. No entanto, parecia ainda pior, já que de sua enorme pança emanavam sons que indicavam uma verdadeira batalha entre as enzimas digestivas e a quantidade descomunal de churrasco consumida na noite anterior. Foi uma comilança, com direito até a maionese não muito confiável, ainda mais depois de tantas horas fora da geladeira. As inúmeras latinhas de cerveja, às vezes quente, completaram o caótico prognóstico.
Assim que passou pelo delegado, foi informado sobre a reunião, que já iria começar. O Santana recebeu essa notícia com cara de poucos amigos, se é que ele possuía algum. Seja como for, tratou logo de se dirigir à sala, onde outros policiais já haviam tomado conta de todas as cadeiras disponíveis. Irritado, ele encostou o corpanzil numa das paredes.
Não demorou muito, o delegado entrou no recinto, onde colocou uma pasta de documentos sobre a mesa. Cumprimentou brevemente os presentes e, quando ia começar a falar sobre o assunto daquele encontro, eis que o Santana deixa cair no chão um enorme chaveiro.
Todos voltam os olhares para o policial desastrado, que se curvou para pegar as chaves. De repente, um gigantesco estrondo sai do traseiro do Santana, empesteando rapidamente todo o ambiente. Imediatamente, o delegado, quase sufocado, salvou a todos daquela catástrofe.
– Reunião encerrada!