Délio Lins e Silva Jr e sua turma na OAB da capital da República passarão em branco no livro da história da seccional da Ordem. Mas. no rodapé da página, haverá um registro junto ao post mortem: perseguidor, caluniador e atropelador de prerrogativas. A coroa, que se supunha de louros, foi de espinhos.
Um dos últimos atos de má-fé de Délio foi dirigido (de novo) ao advogado Leonardo Loiola. Sua metralhadora giratória, que atinge o próprio pé, tem sido comparada à perseguição de menino birrento de classe média alta do Recife, que perde a namorada para um desafeto de outra rua do mesmo bairro.
Do seu trono já com a base rachada, Délio faz-se de desentendido de que há lírios nos campos. Flores que não tecem, mas que se entregam às abelhas para produzirem mel. Um néctar rico, ao qual Salomão, do alto de toda a sua glória, e mesmo os deuses do Olimpo, jamais tiveram acesso. Mas o (ainda) presidente da Ordem, por desconhecer a Montanha e o seu Sermão, vem tropeçando em pedras e se fragilizando cada vez mais.
No tombo mais recente, bateu com a cara no chão. Sobraram escoriações e lentes trincadas. Foi irônico como Barrabás, ao ser solto. Agora teme-se que, com uma corda nas mãos, faça-se Judas. Árvores para isso não faltam no Cerrado. Porém, se, em tese, ele decidir-se por esse caminho, que busque um galho raquítico, como tem sido sua administração na OAB. Não procure um jaqueira frondosa, que permita a sombra de um corpo inerte, pois será politicamente pisoteado, mesmo que – como se diz por aí -, não valha a pena chutar cachorro morto.
A OAB representa a lei, mas não é a lei. A lei de verdade, determina e manda cumprir. Loiola, íntegro, ganhou mais uma. Ele não perdeu autos. Já constava na ação que havia deixado o cliente. Sumir processos, como disse Délio, ‘cá para nós, me parece ser o pior para advogados; mas só acho’. Délio ‘achou’ errado. E mais de um ano antes para ser definida a sua sucessão, dá mostras de que treme como as folhas dos coqueirais na orla de Boa Viagem.
O tempo de reinado se foi para Délio bem antes do tempo previsto. Ele não tem a chave na mão, como não tem porta para ser aberta. O mar da vaidade secou. Délio está sem discurso, e cospe no prato em que comeu. Tudo fugiu, tudo acabou, tudo mofou. Sem palavras, vive instantes de febre. Délio simplesmente perdeu a cabeça. É triste ver uma pessoa jovem sofrer dos males de quem tem idade mais avançada. Alzheimer e Parkinson, no caso dele, chegaram mais cedo. Freud explica Drummond. E os advogados sabem que, o que aqui se faz, aqui se paga.