Integrantes do DEM, partido do presidente da Câmara e pré-candidato à Presidência, Rodrigo Maia (RJ), passaram a admitir uma aliança com o PSDB em Minas após os tucanos cogitarem a candidatura do senador Antonio Anastasia para o governo do Estado.
O deputado Rodrigo Pacheco (DEM) teria de desistir da disputa para tentar o Senado. A articulação só foi possível com a sinalização de desistência do senador tucano Aécio Neves à reeleição, que permitiu a negociação da chapa majoritária.
A decisão de Anastasia, estimulada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), pegou Maia de surpresa. O presidente da Câmara participou nesta semana do evento de filiação de Pacheco ao DEM, que cogita ser candidato ao governo do Estado. Segundo maior colégio eleitoral do País, Minas é estratégica para a corrida presidencial.
Nesta quarta-feira, 21, após reunião da Executiva Nacional, o presidente do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, afirmou que “mais para frente” será possível avaliar quem tem, de fato, “estrutura e apelo popular para seguir adiante” na disputa pelo governo de Minas. “O PSDB tem direito a ter candidato próprio, assim como no plano nacional o PSDB tem um candidato a presidente e nós temos outro”, disse.
Segundo ACM Neto, a sigla está “trabalhando” por Pacheco e conversando com outros partidos que podem apoiá-lo. “Ele vai ter toda a força do partido para ser candidato a governador. Estamos confiantes na candidatura e acredito que será uma bela surpresa na eleição.”
Pacheco não descartou a possibilidade de desistir do governo do Estado para tentar uma vaga no Senado. “Existem várias possibilidades, inclusive do senador Anastasia rever sua posição e me apoiar. Possibilidades existem para todos os lados”, declarou. Ele e Anastasia devem conversar nos próximos dias.
Resistência – Embora integrantes da sigla admitam articulação com o PSDB, Maia continua resistente. Segundo ele, membros do DEM que defendem a candidatura de Anastasia ainda não viram as pesquisas de intenção de voto no Estado. “A situação de rejeição ao PSDB em Minas é terminal”, afirmou. “Não há articulação, e sim a vontade do PSDB. O DEM terá candidato.”
Maia também depende da definição de ACM Neto, que ainda não sabe se disputará a eleição para o governo da Bahia. A disputa deve passar ainda pela escolha do comando do DEM em Minas. Para que Pacheco se filiasse ao partido, Maia prometeu que ele seria o presidente da legenda no Estado. Ontem, porém, o atual presidente, deputado Carlos Melles, se opôs à ideia e a decisão teve que ser adiada.
Melles se encontrou anteontem com o presidente do PSDB de Minas, deputado Domingos Sávio, aliado de Aécio. Sávio disse que os tucanos “alimentam a esperança” de formar uma chapa com Anastasia e Pacheco.