Demagogia e hipocrisia viram marca da farsa de Eduardo Pedrosa

A demagogia e a hipocrisia viraram marca do mandato o deputado distrital Eduardo Pedrosa (União). Por iniciativa dele, a Câmara Legislativa do Distrito Federal vestiu-se de arco-íris, numa teatralidade de ocasião, em homenagem ao Dia Mundial das Doenças Raras, celebrado na sexta-feira, 28. Um espetáculo de cores circenses, enquanto os pacientes dessas enfermidades continuam à mercê do descaso, das filas intermináveis e da burocracia kafkiana.

O deputado, sempre atento às oportunidades de marketing pessoal, fez questão de estampar nas redes sociais o gesto magnânimo da iluminação especial. Entre um sorriso forçado e uma legenda recheada de clichês sobre “sensibilização” e “empatia”, omitiu o detalhe incômodo: no mundo real, pacientes de doenças raras sofrem com a falta de medicamentos de alto custo, a escassez de especialistas e o eterno jogo de empurra entre União (sem trocadilho com o partido dele), estados e municípios.

Não há política pública eficiente, mas há luzes coloridas. Não há atendimento digno, mas há um deputado pronto para tirar foto e faturar uns likes. A farsa é repetida ano após ano, e a plateia – formada por cidadãos exaustos – assiste, sem esperança, à mesma encenação barata. A iluminação simbólica apaga, mas o sofrimento dos pacientes permanece aceso, queimando como um lembrete cruel da hipocrisia institucionalizada por Eduardo Pedrosa.

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Carolina Paiva é Editora do Quadradinho em Foco