Recife
Deolane pisa na bola e troca banheira de ofurô e lençol macio por cama de madeira
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emAproveitando a deixa do mestre José Seabra, as pobres, negras e feias venceram a marra da bonita e gostosa. Cumprindo a profecia das bestas, mais uma vez o deus dos currais mostrou que quem fala demais realmente dá bom dia a cavalo. Foi o que aconteceu com a espevitada dondoca Deolane Bezerra. Por ter falado pelas barbatanas, menos de 24 horas após conseguir a prisão domiciliar, a má influenciadora perdeu o rebolado, foi novamente encarcerada e já foi levada para uma colônia penal feminina superlotada e localizada a cerca de 280 quilômetros de seus domínios pirotécnicos: o Recife.
Na cadeia, ela terá a companhia de 264 mulheres secas por alguns contatos de terceiro grau. Entre as detentas, há duas moçoilas condenadas por assassinato e canibalismo. Por conta de sua fama de influenciadora de quem adora ser influenciada, além de ter de passar, cozinhar, pintar, bordar e coser para as companheiras, ela corre o sério risco de ser degustada. É a pena máxima imposta pelos mínimos àqueles que se acham acima do bem e do mal.
Muito mais do que um romance com páginas em branco, a vida é exatamente como ela é. Do palacete coberto de futilidades, da banheira de ofurô e da cama com lençóis macios de 3 mil fios para um aconchegante cubículo de 3 por 3 foi um pulo menor do que os saltos usados pela patricinha inútil. Nada, porém, deve ser pior do que a cama de alvenaria sem reboco e com vergalhões aparentes na cabeceira e o banho com pingos d’água a cada cinco minutos.
Enfim, quem diria que a riquinha das redes sociais trocaria o contato diário com seus mais de 21 milhões de seguidores para ser perseguida por 264 detentas loucas por um cafuné. É a lei divina, cujo castigo tarda, mas não falha. E agora Deolane? Seu fim lembra o fim de Robinson Crusoé, o jovem inglês faminto por aventuras que acabou naufragando e sobrevivendo sozinho por 28 anos em uma ilha deserta.
A diferença de Deolane para Crusoé é que provavelmente o náufrago tinha um radinho de pilha e jamais foi perseguido por crocodilos e cobras peçonhentas. Ele também nunca teve sobre os ombros suspeitas de integrar organização criminosa, de lavagem de dinheiro, muito menos de envolvimento em jogos ilegais. A moral da história é simples: um dia a casa cai.