Mariana Tokarnia
Após o maior incêndio da história do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, a unidade de conservação reabriu hoje (1º) e recebeu 51 visitantes. O parque está funcionando normalmente. A entrada é das 8h às 12h e a saída até 18h.
Segundo o chefe da unidade, Fernando Tatagiba, o número de visitantes foi abaixo do normal para uma quarta-feira, mas ele espera que o movimento se intensifique a partir de amanhã com o feriado do Dia de Finados. “A equipe do parque está pronta para receber os visitantes e a dos outros atrativos também. Os municípios da Chapada abriram centenas de atrações, estão todas abertas. Os visitantes podem procurar guias da região. Estamos preparados”.
A visitação está aberta para 480 pessoas por dia e é limitada de acordo com a capacidade das trilhas: Trilha dos Saltos, com 250 visitantes por dia; Trilha dos Cânions, com 200 visitantes por dia; Trilha da Seriema, com 30 visitantes/dia.
Segundo Tatagiba, apenas a Travessia das Sete Quedas, que inclui um acampamento, permanece fechada. A capacidade dessa trilha é de 20 pessoas acampadas por noite. Mesmo com o incêndio, as estruturas físicas do parque ficaram intactas, graças ao trabalho dos brigadistas e bombeiros.
A reabertura do parque é esperada pela população até mesmo por questões econômicas, já que a região é movimentada pelo ecoturismo. Pesquisa divulgada esta segunda-feira (30) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) mostra que o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros gerou, em 2015, com a presença de 56,6 mil visitantes, uma renda de R$ 3,3 milhões para os municípios próximos, além de 135 empregos. No total, os visitantes brasileiros e estrangeiros gastaram R$ 4 milhões.
Incêndio atingiu 66.014 mil hectares – De acordo com o ICMBio, os incêndios afetaram 66.014 mil hectares, o equivalente a 28% da unidade de conservação. O incêndio começou no último dia 10, obrigando o parque a fechar as portas no feriado do dia 12 de outubro.
O incêndio foi controlado e um novo foco surgiu no dia 17. Desde então, novos focos, com suspeitas de ação humana criminosa, foram surgindo. Devido às altas temperaturas, locais onde o fogo já havia sido controlado voltavam a queimar.
A ação de combate envolveu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Corpo de Bombeiros do Distrito Federal e de Goiás e Grupo Ambientalista do Torto (GAT).
Além disso, mais de 500 voluntários se juntaram ao combate às chamas e desempenharam papel fundamental, atuando em várias frentes e arrecadando recursos que serão utilizados em treinamentos e ações de prevenção. A Força Área Brasileira (FAB), Polícia Militar do DF e a Polícia Rodoviária Federal também apoiaram os trabalhos, cedendo aviões e helicópteros.
Após a extinção do incêndio, começa uma nova fase. Veterinários e voluntários trabalham para verificar a presença de animais mortos ou feridos. Diante das suspeitas de que o incêndio possa ser criminoso, peritos da Polícia Federal atuam na investigação das causas do fogo.