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Teoria da conspiração

Depois dos ETs, patriotas agora temem o comunismo chinês

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Júnior - Foto de Arquivo/Ricardo Stuckert - ABr

Assim como a ideologia, a imbecilidade do povo ligado a Jair Messias é digna de urgentes e minuciosos estudos psiquiátricos. A teoria da conspiração, também conhecida como conspiracionismo ou criação da imaginação, é o centro das bizarrices dos brasileiros denominados patriotas, como se eu e todos os demais brasileiros fôssemos antipatriotas. Embora com um pelotão de soldados e cabos bem menor do que, por exemplo, o de 2022, os ditos cidadãos parecem zumbis prontos para chocar o ovo da serpente. Mesmo sabendo que os generais e coronéis já pularam fora da empreitada, tentam se articular com o que sobrou do grupo em busca de espaço mínimo para continuar gestando o mal e destilando o ódio.

Fracassados no quesito administrar qualquer coisa, são craques na arte de atentar contra a democracia. Recentemente, a turma dos barrados no baile se assanhou com uma simples postagem do Exército sobre uma visita de militares das Forças Armadas da China ao Exército Brasileiro. Foi apenas uma troca de informações a respeito de projetos estratégicos. Nada mais normal entre as nações amigas. E a China, além da amizade recíproca, é apenas o maior parceiro comercial do Brasil. Eles não querem nos impor e nós não desejamos qualquer aliança comunista com os chineses ou com nação alguma.

Portanto, a ‘viagem’ bolsonarista não é novidade, considerando que, durante a campanha, os seguidores da seita imaginaram uma invasão de ETs para favorecer Luiz Inácio. O ressentimento da patriotada com os militares brasileiros é sinônimo de insatisfação. Os apoiadores do terrorismo e do vandalismo urbano queriam o impossível: que as Forças Armadas impedissem a posse de Lula e evitassem a prisão dos golpistas acampados na porta do QG do Exército, em Brasília. Leigos, infantis e bobalhões extremados, os pseudo visionários de verde e amarelo não têm conhecimento de leis, de normas, tampouco de limites. Acham que podem tudo, mas se borram de medo ao primeiro gestos das forças de segurança.

Nenhum brasileiro desceu ou descerá as calças para o comunismo ou para os milicos chineses, como disseram os patriotas nas redes sociais. Devo lembrar aos sempre golpistas que não foi Lula quem “visitou” os Estados Unidos por diversas vezes para lamber as reluzentes botas de vaqueiro de Donald Trump. Para quem se dizia mito, a lambida parece ter servido apenas para que fossem tiradas as medidas da corda com a qual ambos foram enforcados. Avaliar a China como inimiga é um erro crasso, tão grande como a avaliação de que os oficiais generais do Brasil chegaram a pensar em se insurgir contra a lei e a ordem para beneficiar Jair Bolsonaro, comandante de um governo do tipo luz de geladeira.

A leitura que faço é simples: não importa com quem ou com qual país o Brasil terá agenda de negociações ou acordos. Se o governo do PT é a favor, “soy” contra. Coisa de apatetados que não conseguem achar o caminho de casa. Ainda que vivam gestando o mal, a derrota final está bem próxima. Ela deve ser conhecida no dia 27 deste mês de junho. O Brasil e o mundo acreditam não haver hipótese de reversão do resultado do julgamento do TSE, onde Jair deverá ser considerado inelegível pelos próximos oito anos. Que comecem a rezar para que não ocorra coisa pior.

Ao contrário do que afirmam os bolsonaristas mais radicais, o silêncio do ex-tagarela Jair Messias não é tão assustador como parece. Diria que é muito mais medroso do que estratégico. São vários os processos contra ele. Como seguro morreu de velho, melhor ficar calado. Quanto a seus seguidores, embora alguns analistas achem que eles não estão mortos, dificilmente o ovo da serpente eclodirá novamente. De arauto das boas novas, Bolsonaro teve somente o bordão. De concreto, do berçário ao calvário, o bolsonarismo precisou de apenas quatro anos. Erraram onde puseram as mãos. Daí, apesar de grosseira, não é de todo errada a afirmação de petistas raivosos quanto ao futuro da seita: “Dos boisolnaristas não se aproveita nem o berro”.

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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