Pouco mais de um mês após visitar o presidente Jair Bolsonaro em Brasília, a deputada alemã Beatrix von Storch, do partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) revelou que sua passagem pelo Brasil é parte do projeto de criação do que chamou de uma “internacional conservadora”.
“Há muito tempo existe uma internacional socialista. Precisamos de algo como uma ‘internacional conservadora’. Não exatamente como uma organização formal, mas como uma rede de troca de informações, discussão de estratégias e possíveis soluções para problemas internacionais”, afirmou Beatrix.
Em plena campanha para as eleições ao parlamento alemão no próximo mês, a parlamentar afirmou, em entrevista à BBC News, que sonha com uma direita organizada capaz de enfrentar a nível mundial a Internacional Socialista, organização fundada em 1951 e que atualmente congrega 160 partidos em 100 países – o PDT brasileiro está entre eles.
O objetivo declarado da atual Internacional Socialista é “implementar o socialismo democrático globalmente”. A rede é uma das herdeiras de um movimento mais abrangente batizado como Primeira Internacional, que operou para impulsionar movimentos sindicais europeus entre os anos 1860 e 1870, tendo como um de seus conselheiros o pensador alemão Karl Marx, autor de O Capital.
Para Beatrix von Storch, a direita precisa de algo semelhante para disseminar “os valores cristãos e conservadores”. Segundo a parlamentar da AfD, o Brasil é “uma potência global e um aliado estratégico” para isso.
“A esquerda está muito bem organizada globalmente. Os conceitos e estratégias deles se movem muito rapidamente de um país para outro. Antifa e Black Lives Matter são organizações internacionais. Quando essas organizações operam em um país, é apenas uma questão de tempo para que se espalhem para outros países. Portanto, temos que encontrar maneiras de evitar que a esquerda internacional exerça pressão sobre nossas instituições democráticas nacionais”, afirmou, ecoando um discurso repetido por Bolsonaro e integrantes de seu governo.