O deputado Arthur Lira (PP-AL) foi escolhido para presidir a Comissão de Constituição e Justiça, o mais importante da Câmara dos Deputados. Ele é apontado como um dos possíveis nomes da lista de políticos implicados na Operação Lava Jato e responde a processo por ter batido na ex-esposa. Ele foi eleito sob protesto de 12 parlamentares que votaram em branco, .
Na sessão que teve quórum final de 65 deputados, 47 votaram em Lira, que era candidato único. Os nomes dos deputados Esperidião Amin (PP-SC) e o líder da sigla, Eduardo da Fonte (PE), chegaram a ser cogitados para a função, mas não prosperaram.
“Amin é um cara que mobilizaria, que aproximaria o Parlamento da sociedade. As atitudes do Parlamento só nos distancia da sociedade”, concluiu um deputado de outro partido, que trabalhou até a manhã desta quarta-feira, 4, para garantir a candidatura do catarinense. Como o PP terá o comando da CCJ por dois anos, Amin poderá ser indicado para presidi-la em 2016.
O desconforto de parte dos parlamentares se deve ao possível envolvimento de Lira nas investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Os deputados avaliam que a promessa do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de oferecer a CCJ a Lira – que foi um de seus apoiadores na campanha pela presidência da Câmara – depõe contra o Parlamento. “A sociedade vai achar que aqui é um poço de lama”, comentou um deputado.
Aos jornalistas, Lira disse esperar que seu nome não seja incluído na lista da Procuradoria-Geral da República (PGR) e que não há nenhum impeditivo à sua eleição. “Não tenho nenhum tipo de vínculo com essa situação (Lava Jato)”, rebateu, ressaltando que não tem nenhum temor. “Tem que ter muita calma nessa hora”, completou. Ele negou envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, embora imagens tenham revelado que o deputado frequentou em 2010 o mesmo prédio do doleiro.
O novo presidente da CCJ afirmou que agirá com isenção e que colocará em votação, “doa a quem doer”, eventuais recursos do Conselho de Ética de possíveis envolvidos na Lava Jato. “Quem vota é o plenário, não é o presidente”, respondeu.
O deputado também é acusado de agredir a ex-mulher. Ele nega e se diz vítima da ação de adversários políticos de Alagoas. “Não vou ser o primeiro e nem o último a ter problema conjugal”, afirmou.