Denise Caputo
Em situação de emergência desde o início do ano passado, a saúde pública do Distrito Federal voltou a ser tema de pronunciamentos parlamentares nesta quarta-feira (3), no plenário da Câmara Legislativa. “A situação está caótica. A Secretaria de Saúde conta com um orçamento de R$ 6 bilhões, e todo dia é um descaso”, reclamou o deputado Rafael Prudente (PMDB), que apresentou diversos dados mostrando a baixa execução do orçamento da pasta em 2015.
Segundo o distrital, dos R$ 17 milhões destinados para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o GDF utilizou somente R$ 3,9 milhões ao longo de todo o ano. E, dos recursos previstos para a aquisição de máquinas e equipamentos, um total de R$ 27 milhões, nada foi gasto. Ainda de acordo com Prudente, ações de vigilância e controle epidemiológico tinham disponíveis R$ 24 milhões, dos quais apenas R$ 7 milhões foram empenhados.
“Faltam reagentes, medicamentos, leitos de UTI e médicos”, apontou Rafael Prudente, que classificou a situação da saúde como uma “tragédia anunciada”. O deputado Cristiano Araújo (PTB) concordou com o colega: “A situação é grave, desumana”.
Para o deputado Wellington Luiz (PMDB), a Casa tem de adotar providências: “Abrimos mão de emendas para fortalecer o orçamento da saúde, e nada foi feito. Pelo menos o que for destinado tem de ser executado”. O deputado Juarezão também cobrou a aplicação dos recursos: “É uma vergonha, mesmo com dinheiro, o equipamento de raio-X de Brazlândia está quebrado”.
Chefe da pasta – O secretário de saúde do DF, Fábio Gondim, foi bastante criticado em plenário por não atender os representantes do Legislativo local. “Durante o recesso parlamentar, estive na UPA de São Sebastião para verificar seu funcionamento. Depois liguei para o secretário, mas ele não atendeu”, contou o deputado Lira (PHS).
Assim como ele, outros distritais relataram casos semelhantes, em que tentaram falar com o chefe da pasta, mas não foram atendidos e não tiveram retorno. Juarezão criticou, ainda, o fato de os servidores e sindicatos da área não serem consultados pelo secretário.
“Os deputados merecem respeito. Levarei essas questões ao governador”, afirmou o líder do governo na Casa, deputado Júlio César (PRB).