O Período Cretáceo refere-se à era geológica de 145 a 66 milhões de anos atrás. Foi a última era dos dinossauros e grandes répteis e peixes ainda percorriam o planeta. Mas havia algo mais: cientistas espanhóis descobriram uma tartaruga do período Cretáceo que era tão grande quanto um Mini-Cooper, de acordo com um novo artigo publicado na Scientific Reports.
A tartaruga marinha de 3,6 metros de comprimento viveu há 83 milhões de anos e foi encontrada perto da costa norte da Espanha. Naquela época, a área era um arquipélago subtropical.
Chamada Leviathanochelys aenigmatica, a criatura pesava cerca de 4.000 libras e se elevava sobre a maior tartaruga viva conhecida, a tartaruga de couro, que tem cerca de 2,1 metros de comprimento e pode pesar até 1.500 libras.
No entanto, o Leviathanochelys não é a maior tartaruga pré-histórica já encontrada. Essa distinção vai para a tartaruga Archelon que viveu há cerca de 70 milhões de anos, também durante o período Cretáceo, em um mar interior que outrora dividia o continente da América do Norte. Tinha 15 pés de comprimento.
O fóssil foi encontrado fora da vila de Coll de Nargó depois que um caminhante avistou um pedaço dele saindo do solo nas montanhas do sul dos Pirineus. Até agora, parte da concha (carapaça) e a maior parte de sua cintura pélvica foram descobertas. Seu crânio, cauda e membros permanecem um mistério para os cientistas.
Leviathanochelys foi construído principalmente para o mar, mas levantam a hipótese de que, como as tartarugas marinhas modernas, provavelmente foi para o interior para desovar.
A pélvis também tem algumas protuberâncias ósseas, algo não visto em outras tartarugas marinhas, o que sugere que é uma espécie totalmente nova e não o Archelon, ou qualquer outra tartaruga marinha pré-histórica descoberta anteriormente.
É possível que as protuberâncias estejam relacionadas ao sistema respiratório da tartaruga, permitindo que ela mergulhe em maiores profundidades.
Animais – predadores em particular – eram tipicamente maiores durante o período Cretáceo, o que pode explicar os grandes tamanhos de Leviathanochelys e Archelon. O tamanho das tartarugas provavelmente as tornava um alvo difícil, embora não impossível, para os predadores da época.
“Atacar um animal do tamanho de Leviathanochelys possivelmente só poderia ter sido feito por grandes predadores no contexto marinho”, explicou Oscar Castillo, estudante da Universitat Autònoma de Barcelona e principal autor do estudo. “Naquela época, os grandes predadores marinhos na zona europeia eram principalmente tubarões e mosassauros.”
Os mosassauros eram enormes répteis marinhos semelhantes a tubarões que pertencem à mesma classificação de animais que inclui lagartos e cobras. Leviathanochelys aenigmatica significa aproximadamente “tartaruga leviatã enigmática”, referindo-se ao grande tamanho da tartaruga e à estrutura pélvica anormal.