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Descobertos traços químicos das primeiras estrelas

A descoberta dos vestígios químicos das estrelas mais antigas oferece informações valiosas sobre o início do universo e nossas origens, preenchendo uma lacuna em nossa compreensão da história cósmica. E isso devemos a pesquisadores da China, Austrália e Japão que fizeram uma descoberta significativa ao identificar os traços químicos de algumas das estrelas mais antigas do universo.

Os cientistas se concentraram em estrelas de primeira geração que apareceram aproximadamente 100 milhões de anos após o Big Bang. Estas estrelas tiveram vidas curtas, terminando em explosões parciais, e só podem ser detectadas através das assinaturas químicas que deixaram na geração subsequente de estrelas.

A equipe encontrou evidências sugerindo que as estrelas de primeira geração poderiam ter uma massa de até 260 vezes a do sol, alinhando-se com as previsões dos astrônomos.

“Os astrônomos especularam que no início do universo havia estrelas que poderiam ser extremamente colossais”, disse Zhao Gang, pesquisador dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências e um dos autores do estudo. “Os cientistas tentaram encontrar a prova por décadas”, frisou.

Para localizar essas estrelas antigas, as autoridades procuraram estrelas sem quantidades significativas de elementos metálicos, já que as estrelas de primeira geração eram compostas principalmente de hidrogênio e hélio. Eles examinaram especificamente uma estrela chamada LAMOST J1010+2358, que exibia características químicas distintas.

Ao comparar seu espectro químico com modelos teóricos, a equipe confirmou que a estrela-mãe de LAMOST J1010+2358, uma estrela de primeira geração, tinha uma massa 260 vezes maior que a do sol.

O professor Alexander Heger, da Monash University, na Austrália, enfatizou a importância de estudar estrelas de primeira geração, pois elas representam as origens do universo. Compreender essas estrelas ajuda a desvendar a história do cosmos.

Quentin Andrew Parker, diretor do Laboratório de Pesquisa Espacial da Universidade de Hong Kong, explicou que encontrar evidências dessas estrelas era como procurar uma agulha no palheiro devido ao grande número de estrelas na galáxia.

“A estrela de primeira geração que observamos tem o potencial de se tornar a estrela mais antiga que já vimos”, disse Heger, professor da escola de física e astronomia da Monash University, na Austrália, que fazia parte da equipe de pesquisa. “Ela provavelmente viveu apenas 2 milhões de anos e depois explodiu.”

A pesquisa baseou-se em observações de dois telescópios proeminentes: o Telescópio Espectroscópico de Fibra Multiobjeto Grande Área do Céu (LAMOST) perto de Pequim e o Telescópio Subaru no Havaí. A colaboração entre diferentes nações e pesquisadores foi crucial para o sucesso do estudo, destacando a importância da cooperação internacional em empreendimentos científicos.

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