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‘Desculpe, mas o impeachment é para o bem dos seus netos’, diz Janaína a Dilma

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Igor Gadelha e Rachel Gamarski

Uma das autoras do pedido de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal chorou e pediu desculpas à petista durante discurso no Senado Federal na sessão de julgamento final do impeachment desta terça-feira, 30.

“Finalizo pedindo desculpas à senhora presidente. Não por ter feito o que fiz, mas por eu ter lhe causado sofrimento. Mas sei que a situação que está vivendo não é fácil. Muito embora não fosse meu objetivo, causei sofrimento”, afirmou a advogada.

Janaína pediu que Dilma entendesse o que ela fez. “Peço que ela um dia entenda que eu fiz isso também pensando nos netos dela”, afirmou a advogada, que, mais cedo, tinha reconhecido é que “muito difícil” apresentar um pedido de impeachment contra uma mulher.

A fala de Janaína ocorre um dia após Dilma ir pessoalmente ao plenário do Senado prestar depoimento. Em sua fala, a petista afirmou que não há base legal para pedir sua saída da presidência e se disse vítima de um “golpe” parlamentar.

Confusão – Pouco antes, Ricardo Lewandowski suspendeu por cinco minutos a sessão, após discussão entre senadores. O líder do governo Michel Temer na Casa, Aloysio Nunes (PSDB-SP), e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) trocaram insultos no plenário.

A confusão começou após a fala da advogada de acusação Janaína Paschoal. Nunes fez uma intervenção, reclamando que o deputado José Guimarães (PT-CE), que acompanha a sessão dentro do plenário do Senado, foi desrespeitoso ao chamar Janaína de “golpista”. “Golpistas foram aqueles que saquearam a Petrobras. Golpistas são vocês”, afirmou o líder do governo Temer.

Nunes pediu que Lewandowski mandasse a polícia legislativa retirar Guimarães, caso ele não se comportasse em plenário. “Não tenho medo de você”, repetia Aloysio Nunes apontando o dedo para Guimarães, que estava sentado no fundo do plenário. Senadores aliados de Dilma tentaram intervir na situação. Foi aí que o tucano e Fátima Bezerra trocaram insultos de “golpistas”.

Quando a sessão foi retomada, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez uma questão de ordem pedindo ao presidente do STF que ordenasse que Aloysio Nunes se retratasse. Segundo ela, Dilma falou em “golpe” em discurso nessa segunda-feira, 29, no Senado, mas dentro do processo legal. “Estamos todos equilibrados, apesar de sermos vítimas”, afirmou.

estadao

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