Não mais que oito horas. Esse o tempo que o ex-ativista italiano Cesare Battisti passou preso nas instalações da Polícia Federal, nesta quinta-feira 12, após ordem expedida pela Justiça Federal em Brasília. Detido em Embu das Artes, na Grande São Paulo, ele foi solto no início da noite, graças a um habeas corpus.
Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua por 4 homicídios, mas ele nega os crimes. Na quinta 12, após a prisão, ele foi beneficiado por um habeas corpus, obtido no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O desembargador federal Cândido Ribeiro determinou a libertação do italiano.
O ex-ativista deixou o prédio da PF, na Zona Oeste de São Paulo, pela porta da frente. Saiu andando, não falou com os jornalistas e entrou em um táxi. Segundo seu advogado, Igor Sant’Anna Tamasauskas, Battisti foi deixado em casa por volta de 1h10 desta sexta e está satisfeito com a decisão.
“Basicamente, o presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região compreendeu que a decisão da juíza de primeiro grau estava subvertendo a ordem jurídica, na medida em que ela estava passando por cima da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Presidência da República quando determinou a permanência do senhor Cesare Battisti aqui no Brasil”, disse Tamasauskas.
O advogado disse que irá à Corregedoria do TRF e do Conselho Nacional da Justiça por considerar que a decisão da juíza “foi uma violação grave aos deveres do magistrado”.