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Nordeste

Desertificação avança e agrava crise hídrica e alimentar

Publicado

Autor/Imagem:
Abnoan José - Foto de Arquivo

O Nordeste brasileiro enfrenta uma das maiores ameaças ambientais de sua história recente: a desertificação avança rapidamente e põe em risco o acesso à água e à alimentação de milhões de pessoas. O fenômeno, resultado da combinação entre mudanças climáticas, desmatamento e manejo inadequado do solo, tem transformado áreas produtivas em terras áridas e improdutivas.

Relatórios do Ministério do Meio Ambiente apontam que mais de 13% do território da região já apresenta sinais visíveis de desertificação. Estados como Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia concentram as áreas mais afetadas, onde a degradação do solo e a perda da vegetação nativa enfraquecem as atividades econômicas locais e ameaçam a sobrevivência das comunidades rurais.

“O solo empobrece, a água some e as famílias perdem suas fontes de renda”, explica Maria Lúcia Andrade, pesquisadora especialista em ecologia e mudanças climáticas. “Sem alternativas, cresce o êxodo rural e a dependência de ajuda emergencial.”

A desertificação impacta diretamente na agricultura familiar e na pecuária, pilares da subsistência de milhares de famílias do semiárido. A escassez de água seca plantações, mata rebanhos e obriga a população a contar com soluções emergenciais, como o abastecimento por carros-pipa e o recebimento de cestas básicas.

Além das mudanças climáticas globais, práticas locais como o corte indiscriminado de árvores para lenha e o cultivo sem técnicas de preservação do solo aceleram esse processo de degradação. Para especialistas, a reversão desse cenário exige políticas públicas consistentes, investimento em reflorestamento, técnicas agrícolas sustentáveis e educação ambiental.

“Não há solução simples”, afirma Andrade. “É preciso unir governos, pesquisadores e as próprias comunidades para restaurar o equilíbrio ambiental e garantir um futuro para as populações do semiárido.”

Sem ações efetivas e coordenadas, a desertificação seguirá avançando, comprometendo não só a paisagem e os ecossistemas do Nordeste, mas também a dignidade e a sobrevivência de seus moradores.

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