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Desistir da Presidência foi mistura de alívio e luto, diz Huck

Foto: Felipe Rau/EstadãoConteúdo

Em uma aula aberta na Casa do Saber, na noite desta quinta-feira, 7, em São Paulo, o apresentador de TV Luciano Huck afirmou que ter desistido de considerar uma candidatura presidencial lhe trouxe “uma mistura de luto e alívio”. O apresentador também disse que “é preciso encontrar uma candidatura viável de centro” para as eleições de 2018 e que os candidatos que hoje despontam nas pesquisas não estão entre seus preferidos.

No evento, Huck foi entrevistado pelo publicitário Celso Lodduca, pelo jornalista Mário Vitor Santos, sócios da Casa do Saber, e pela plateia. Ao ser instigado a responder sobre os nomes que estão postos na disputa, o apresentador falou que Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) são bons candidatos – mas não empenhou apoio para nenhum deles. Huck espera que apareça algum nome novo, de fora da política, para 2018. “Tem que aparecer”, disse.

Sobre ter desistido de se lançar ao Planalto, o apresentador afirmou que o “alívio” veio de não ter de se submeter a uma cobertura jornalística intensiva. “A imprensa tende a desconstruir a identidade da pessoa. Desconstruir a alma. Eu não estou preparado pra isso. Quero discutir coisas positivas. As pessoas são muito ansiosas, teve uma coisa de ‘você tem que responder agora’. ‘É candidato ou não?’ OK, tenho que responder. Então, não.”

Já o “luto”, segundo ele, se deu por ter percebido que fazia parte de um “movimento”, que extrapolava seu “projeto pessoal”. “Não é uma decisão simples”, afirmou. Mas teria Huck desistido mesmo de se candidatar? “Não desisti porque nunca fui candidato. O que me propus foi participar do debate de forma mais efetiva. Não quero fazer carreira política. Neste momento não. Quero participar dos movimentos cívicos. Quero usar minha voz para sensibilizar minha geração.”

O apresentador também não respondeu com assertividade se seria um político de direita ou de esquerda: “Sou do bom senso. Me interesso pela curadoria de pessoas, em reunir as boas ideias. Eu quero saber como melhorar a vida das pessoas. Olha, eu apanhei da direita e da esquerda. Então, eu estou no centro”. Ainda assim, Huck falou que suas raízes estavam no PSDB. “No PSDB de Franco Montoro, de Fernando Henrique… Mas hoje esse PSDB não me representa. Eu não estaria no PSDB hoje em dia.”

Embora “não candidato”, Huck demonstrou disposição para falar de política. Ele afirmou que está “com a cabeça voltada para uma economia liberal”, para um “estado eficiente”. Também disse ser a favor do fim do foro privilegiado, da cláusula de barreira e acha que o pacto federativo brasileiro precisa ser repensado – e não considera a discussão do parlamentarismo viável com o Parlamento atual.

Perguntado sobre a amizade com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), Huck voltou a dizer que se frustrou. “Quem nunca se decepcionou com um amigo? Eu nunca discuti política com o Aécio. O modus operandi que ele aceitou é o maior erro. Sobre ter fotos com ele .. Eu sou uma pessoa pública há 20 anos. Tenho foto com todo mundo, com político, com traficante, jogador de futebol, tiazinha do café.”

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