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Dia D e Hora H do Bozo seguem ritmo de Carnaval fora de época

O tic-tac do meu coração parece querer avisar que algo está para acontecer. Só não me diz quando. Acho que a hora H e o dia D são apenas detalhes sem importância. Fundamental é que, mesmo que não tenham colocado grampo nos cabelos de Xandão, o xerife não está disposto a esperar por um novo apagão. Ele teme que alguém com mais expertise do que o mito aproveite a escuridão e revenda o “Aneel” das arábias.

Eu disse o das arábias, porque o outro anel já está no pau faz tempo. Sei que o Brasil e os brasileiros estão loucos por uma resposta rápida, preferencialmente em um plantão do Jornal Nacional da Globo Lixo. Particularmente, prefiro ser surpreendido, mas que venha, e que venha de onde vier.

Ainda há muita coisa a ser explicada entre o céu e o inferno de Jair Bolsonaro. Certamente não há nada de republicano no que falta vir à tona. De qualquer maneira, como afirmam fontes ligadas a Willian Bonner e a Renata Vasconcellos, o que já se sabe é suficiente para enquadrá-lo nas quatro paredes da senzala, a mesma que ele um dia pensou em enclausurar todos os que fossem contrários às suas diabólicas pretensões de poder eterno.

Sua alteza irreal só não imaginou que o país que quase capitulou por sua causa é composto de pessoas com inteligência muito superior à dele. Tão superior que o castigo veio a galope, antes mesmo que ele deixasse a pocilga.

Ao contrário do 8 de janeiro, quando vândalos tomaram a Praça dos Três Poderes e tentaram implodir a República, o espaço da democracia voltou a ser do povo e está se preparando para festejar o fim do cercadinho da balbúrdia e da palhaçada antidemocrática. O clima é de carnaval fora de época, estilo micareta das quatro linhas.

Mesmo para leigos, está claro que a situação é de bomba prestes a explodir. Se alguém tem dúvida, deixe de ter. Embora as apurações estejam evoluindo a passos de ema do Palácio da Alvorada, há materialidade de crime e indícios de autoria. Ou seja, de repente aparece uma autoridade policial com um pedido de prisão. Quem decidirá? Quem? Xandão, o homem dos cabelos sem grampo.

Resta saber o que acontecerá depois que o mito for colocado no castigo para pensar. Seu legado é um dos piores da história do país. Mesmo assim, conheço pessoas liberadas por Xandão que, além de não demonstrar nenhum arrependimento com o terrorismo de 8 de janeiro, afirmam que, por Bolsonaro, fariam tudo de novo. Pois façam e terão o mesmo fim. Aliás, sugiro que antes do cadafalso, se vistam a rigor e experimentem de sua (a dele) imbrochabilidade. Talvez morram sem saber, porque quem tem aquilo tem medo.

Para simoplificar, o fogo no rabo tem limite. Caso fosse indagado a respeito de tal empreitada socioafetiva, diria aos distintos o que ele não se esquivará de dizer a quem o procurar para bater virilhas: “Caguei”.

Enquanto a micareta não chega, a melhor jogada é outra. A torcida também é outra. Então, rendam-se à normalidade ou correrão sérios riscos de acompanhar o “Senhor dos Anéis” em uma viagem sem volta. Lembro aos doidões que o jus sperniandi não cola mais. O clima de vergonha ganhou o mundo.

O babalorixá sem cabeça de Curicica já levou para o além ou para a casa do Baralho personagens supostamente poderosas, entre elas Olavo de Carvalho, Gustavo Bebiano, Fabrício Queiroz, Luiz Henrique Mandetta, Onyx Lorenzoni, Flávia Arruda, Ernesto Araújo, Abraham Weintraub, Milton Ribeiro, Anderson Torres, Deltan Dallagnol, Sérgio Moro, Walter Delgatti, Carla Zambelli, o general Cidão e o coronel Cidinho, o advogado Frederick Wassef e uma ruma de coronéis, major e tenente da cúpula da PM do Distrito Federal.

Todos tiveram dias de sonhos, mas hoje amargam noites de pesadelos. Cuidado, pois o próximo pode ser você que ainda não atentou para o tic-tac dos números do atual governante. Recente pesquisa de opinião revela que Luiz Inácio é aprovado por 60% dos eleitores, com alta de nove pontos em relação a abril, mês do pior desempenho. A recuperação ocorreu em quatro das cinco regiões o país. No Sul de Onyx Lorenzoni, ele subiu 11 pontos. Pela primeira vez a aprovação entre os evangélicos superou a desaprovação: 50% contra 40%.

Em outras palavras, o suco do ranço acumulado pelos idiotizados da doutrina da idolatria maldita está próximo do fim. Agora, há um cidadão com o Rolex na seringa e outro com o dedo no detonador. Um é o fogo, o outro o estopim. Quem se habilita a duvidar da explosão?

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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