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Verdadeiros patriotas

Dia de sol na Bolívia ganha nuvens negras de um golpe logo dissipado

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque - Foto Reprodução - Agência Tass

O sol despontou como faz diariamente na Bolívia, mas a quarta-feira, 26. guardava uma surpresa desagradável para o governo, embora tivesse sido contornada em tempo hábil. Desde as descidas das montanhas andinas, as ruas de La Paz, usualmente movimentadas, estavam estranhamente silenciosas, marcadas pela tensão de mais uma tentativa fracassada de golpe de estado. No entanto, dessa vez, a narrativa seria diferente. A democracia havia vencido, e o país respirava aliviado.

Já na noite anterior (a terça, 25) havia rumores de um golpe iminente que se espalharam como fogo pelas redes sociais e pelas conversas sussurradas nas esquinas. A tentativa de derrubar o governo democraticamente eleito foi meticulosamente planejada, mas encontrou uma resistência inesperada e poderosa: a força do povo boliviano e a integridade das instituições democráticas.

As primeiras horas da madrugada foram marcadas por um clima de incerteza. Tropas de militares dissidentes tentaram tomar edifícios governamentais, enquanto figuras da oposição incitavam o caos nas mídias sociais. No entanto, a resposta foi rápida e decidida. O presidente, em um pronunciamento firme, convocou a população a defender a democracia e as instituições legítimas.

Cidadãos de todas as idades e classes sociais tomaram as ruas em defesa do governo. Bandeiras bolivianas tremulavam ao vento, e os cantos de “Democracia sim, golpe não!” ecoavam pelas praças e avenidas. Em meio ao tumulto, algo notável aconteceu: policiais e militares leais ao governo se uniram ao povo, formando uma frente única contra os golpistas.

A noite avançava, e a resistência popular ganhava força. Jornalistas locais e internacionais capturavam imagens de civis e forças de segurança lado a lado, protegendo prédios públicos e assegurando que a tentativa de golpe não prosperasse. As redes sociais foram inundadas com mensagens de apoio à democracia e à paz.

Quando o dia finalmente avançou, ficou evidente que o golpe havia fracassado. Os líderes golpistas foram detidos, e a ordem foi restaurada. Nas ruas, a celebração começou a tomar forma. Pessoas se abraçavam, riam e choravam, cientes de que tinham presenciado um momento histórico. A Bolívia, uma nação com uma história marcada por instabilidade política, havia demonstrado maturidade e resiliência.

Em uma cerimônia improvisada na Praça Murillo, o presidente agradeceu ao povo pela defesa da democracia. “Hoje, mostramos ao mundo que a verdadeira força de uma nação está em seu povo e em seu compromisso com a liberdade e a justiça”, disse ele, emocionado.

Enquanto o sol se punha, tingindo o céu de La Paz com cores douradas e púrpuras, a sensação de vitória e esperança era palpável. A tentativa de golpe de estado não era apenas um fracasso para os golpistas, mas uma vitória retumbante para a democracia.

A Bolívia segue em frente, fortalecida pela coragem de seus cidadãos. O dia será lembrado como um marco na luta pela liberdade e pela preservação dos valores democráticos. E assim, sob a luz das estrelas, a nação repousou, sabendo que, juntos, haviam escrito um capítulo de resistência e triunfo na sua história. O general Juan José Zuniga, que liderou uma tentativa de golpe, foi detido pelas forças auxiliares.

A emissora de televisão mostrou o general saindo do prédio do Estado-Maior escoltado pela polícia. Antes de entrar no carro da polícia, o general tentou compartilhar com os jornalistas sua visão da situação. Segundo o general, ele conversou com o presidente Luis Arce no dia 23 de junho e o chefe de Estado pediu-lhe ajuda para aumentar a sua popularidade.

Em 26 de junho, um grupo de militares bolivianos liderados por Juan José Zuniga, que foi demitido como comandante-em-chefe do exército em 25 de junho, tomou a praça em frente ao prédio do governo na capital La Paz. O presidente Arce condenou suas ações como uma tentativa de golpe e empossou o novo comando das forças armadas. O novo comandante-em-chefe, José Wilson Sanchez, ordenou que todos os militares retornassem aos seus quartéis. Pouco depois, os militares deixaram a praça.

A Bolívia soube resistir. E a terra dos cocaleiros mandou um recado para os vizinhos. Democracia é sinîonimo de povo nas ruas. E lugar de militar, é no quartel.

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