Você conseguiria viver sem o consumo diário ou ao menos semanal daquelas belas e saborosas refeições onde os pratos principais são sempre os mais variados tipos de carne, seja ela bovina, suína, peixe, frango, etc.? Bom, o Dr. Sergio Cortes, médico especialista em dietas vegetarianas, mostra que sim, você não só conseguiria como também se beneficiaria bastante com isso.
Mas afinal, qual é o conceito de vegetariano? De acordo com a American Dietetic Association (2003), reporta Dr. Sergio Cortes, uma pessoa vegetariana não consome nenhum tipo de carne ou qualquer produto que à contenha ( embutidos, caldo de carne, etc ). Nem mesmo as chamadas “carnes brancas”, que se referem às aves e peixes, colocando abaixo o mito de que os vegetarianos só não comem carne do tipo vermelha, que são as carnes de origem de mamíferos.
Sergio Cortes explica que a dieta vegetariana pode ser dividida em três grupos principais, são eles:
1) Ovolactovegetariana: Os adeptos a esta dieta não consomem carne, mas aceitam, além dos alimentos de origem vegetal,o consumo de laticínios e ovos. Esta é a dieta mais comum entre os vegetarianos.
2) Lactovegetariana: Neste grupo, além das carnes, os ovo também são vetados. O consumo fica restrito a alimentos vegetais e laticínios.
3) Vegana: A mais rara. Dieta baseada exclusivamente em alimentos de origem vegetal.
Esclarecidos os conceitos, vamos aos dados. Independente do motivo, seja ele por questões éticas, ambientais, religiosas, de saúde, etc., adotar uma dieta baseada no consumo de alimentos de origem vegetal pode trazer resultados muito positivos. Médicos, bem como o Dr. Sergio Cortes, associam a prática vegetariana a uma vida mais saudável, mais longa e até mais bem humorada.
Segundo a revista científica The Jama Network, que se baseou em estudos clínicos e pesquisas publicadas, os vegetarianos têm pressão arterial mais baixa em comparação às pessoas que comem carne. Pesquisadores da Loma Linda University monitoraram mais de 70.000 pessoas em um estudo, durante seis anos. Neste período, ocorreram 2.570 mortes, no entanto, incluindo todas as causas, a mortalidade entre os vegetarianos foi 12% inferior em relação aos que consumiam carne
E já dizia o diplomata, escritor e filósofo Ruy Barbosa, “Bom humor. A forma mais simples de superar os problemas”. Os vegetarianos também levam essa. Sergio Cortes destaca um estudo publicado pelo The National Center for Biotechnology, em 2012, que revelou que pessoas adeptas à dietas vegetarianas relataram maiores melhorias no humor do que as demais. A experiência foi feita com três grupos de participantes submetidos a três tipos de dietas diferentes, pelo mesmo período de tempo: 1) todo tipo de carne permitida, 2) apenas peixes, e 3) nenhum tipo de carne permitida.
E se você se preocupa com o meio ambiente, saiba que quem come carne têm um impacto muito maior para o Planeta do que quem não come, devido ao uso dos alimentos, da água, da terra, e da energia. O Instituto Internacional de Água de Estocolmo aponta que a dieta baseada em proteína animal consome de cinco a dez vezes mais água do que a dieta vegetariana. Mas ainda assim, o Dr. Sergio Cortes lembra, mudar de hábitos não é uma tarefa fácil, é necessária determinação e força de vontade. Dados do Conselho de Pesquisa Humana apontam que cerca de 84% das pessoas voltam a comer carne após um ano de dieta vegetariana.