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Lógica da presidenta

Dilma assume Brics e mata Bozolândia de inveja

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Depois de um filhinho de papai deslumbrado com a planície e de um sociólogo macho alfa e esperto, chegamos a um sem diploma, mas que recebeu por três vezes o canudo de presidente da República. Entre o tri de Luiz Inácio, fomos brindados com uma bivalente criticada dia e noite pela supremacia elitizada e desprovida de inteligência. Era uma figura tida como “burra”. Pode ser, mas sua “burrice” obrigou os inteligentes a trincar os dentes presos no arreio quando souberam que dona Vana seria a presidenta do Banco dos Brics, com salário superior a R$ 200 mil. Só para ilustrar, o Banco dos Brics não é um Bamerindus qualquer. Ele está sempre numa boa, principalmente agora que estamos sob nova e promissora direção. Desse “banquinho” participam o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul. Querem mais? Talvez em uma próxima encarnação de Luiz Inácio na Presidência da República.

Deus não dá asas a cobras. Me dá arrepios imaginar Dilma com mais perspicácia. A razão é que, na ausência de vagas no Brasil, me assopram nos ouvidos a possibilidade dela se candidatar e ganhar as eleições presidenciais da Argentina e das adjacências. Mas isso é para depois dos Brics. Por enquanto, a Bozolândia está se rasgando. É claro que também já ri muito das gafes motivacionais da madame presidenta, algumas até hoje consolidadas em nosso anedotário político. No entanto, fico imaginando se a dita Vana Rousseff fosse um tiquinho mais encorpada nos neurônios do improviso. Aí ninguém iria segurá-la. Sem muito esforço, com certeza chegaria à chefia da Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos. E nessa função certamente jamais colocaria meta. Pelo contrário. No que se refere à meta, deixaria a meta aberta, mas, quando atingisse a meta, dobraria a meta.

Estão enganados aqueles que pensam que a moça é desconectada. Cês ainda vão se arrepender do dia em que não atenderam o apelo dilmensional para estocar o vento. Antes de continuar com a história, vale registrar que, após Dilma Rousseff, tivemos na Presidência aquele vice usurpador e um gato de botas ensebadas. Lula é tri. O outro, o mito do fim do mundo, se perdeu no vírus do Ipiranga e passará longo tempo saudando a mandioca e a lua, que só aparece quando não tem mais sol. Parafraseando a presidenta, ele (o mito) se encaixa perfeitamente na frase rousseffiana que diz: “A história será implacável com aqueles que hoje se julgam vencedores”. Antologias dilmenses à parte, tudo isso me lembra a trajetória de um ex-governador do Distrito Federal e de um ex-deputado federal de Minas Gerais.

Ambos se passavam deliberadamente como homens de inteligência curta, mas, na verdade, eram duas raposas políticas, dotadas de sabedoria ímpar, daquelas que os eleitores jamais esquecerão. Oportunamente falarei do ex-governador, visto que agora só tenho espaço para o parlamentar mineiro, que também ocupou o Palácio da Liberdade. Baiano de berço, o personagem tinha fama de curioso extremado. De tudo queria saber com pormenores que nem sempre o interlocutor dispunha. Às vezes, tinha de inventar. A presença de espírito e a rapidez da invenção são a tônica desta narrativa. Sempre em campanha, ele caminhava solitariamente pela ruas de BH. Um dia encontrou um amigo empreiteiro carregando embaixo do braço esquerdo (pura ideologia) um grosso e bem encorpado livro. Brevíssimo cumprimento e, não contendo a curiosidade, quis saber há quanto tempo e o que o camarada estava lendo.

“Estou lendo sobre lógica”, fulano, respondeu o cordial correligionário. “Lógica?” “Que trem é esse?”, indagou o deputado. Um dos que avaliavam o milionário parlamentar como tolo por conveniência, o cidadão construtor resolveu ser o mais didático possível. “Fulano, você tem um aquário em casa?”. “Tenho”. Se você tem um aquário em casa, logicamente tem peixes”. “Óbvio”. “Pois bem, se tem um aquário e peixes em casa, tem filhos”. “Graças a Deus!”. “Se você tem em casa um aquário, com peixes e tem filhos, naturalmente tem uma mulher”. “Tenho e a amo”. Então, meu amigo, logicamente você não é baitola”. “Com certeza”, disparou o curioso confrade. Entusiasmado com a tal da lógica, naquela mesma semana ele comprou um exemplar do compêndio que, filosoficamente, estuda a estrutura formal dos enunciados (proposições) e suas regras.

Na semana seguinte, durante uma votação no plenário da Câmara Federal, livrão sob o braço do centro (também ideologia), foi abordado por um companheiro de partido, o mesmo do dr. Ulysses Guimarães e de Orestes Quércia. “Caríssimo, o que está lendo?” “Lógica”, respondeu o nosso queridíssimo deputado. “Lógica?”, surpreendeu-se o chapa. “Que bosta é essa?” Sem pestanejar, o congressista mineiro foi direto ao assunto: “Você tem um aquário em casa?” “Eu não”. “Então, você é uma bichona terrivelmente enrustida”. Em suma, a lógica é uma ferramenta do correto pensar. Portanto, não duvidem da capacidade da sua, da minha, da nossa Dilma Vana Rousseff. Afinal, de onde se espera é que não sai nada mesmo. Não é o caso dela. O Banco dos Brics ainda nos mostrará quem tinha razão.

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