A presidente Dilma Rousseff avalia que as novas denúncias do Wikileaks sobre escutas clandestinas do governo norte-americano sobre autoridades brasileiras referem-se a um “episódio superado”, afirma a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em nota à imprensa divulgada há instantes. “A Secretaria de Comunicação da Presidência da República informa que a presidenta considera o episódio superado”, cita o texto.
A nota do Palácio do Planalto menciona ainda, que “em várias circunstâncias, a presidenta Dilma Rousseff ouviu do presidente Barack Obama o compromisso de que não haveria mais escutas sobre o Governo e empresas brasileiras, uma vez que os EUA respeitam os ‘países amigos'”.
O texto termina relatando que “a presidenta Dilma reitera que confia no presidente Obama e no compromisso por ele assumido. Os EUA e o Brasil tornarão cada vez mais forte a sua parceria estratégica, que está baseada no respeito mútuo e no desenvolvimento de seus povos”.
Mais cedo, revela a Agência Estado, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, disse em entrevista que as espionagens feitas pela Agência Nacional de Segurança dos EUA, a NSA, nos telefones da presidente Dilma Rousseff e de diversos ministros eram “um caso superado” e que em nada afetam os acordos firmados entre os dois países na última semana.
Neste sábado, o grupo Wikileaks divulgou que 29 números de telefones de membros do alto escalão do governo brasileiro foram selecionados para serem alvos de uma “intensiva interceptação” pela agência norte-americana, em ação que envolveu até mesmo o avião presidencial de Dilma. As interceptações teriam ocorrido em meados de 2011. Edinho Silva afirmou que “os fatos divulgados são referentes a episódios antigos” e que o governo foi a público e assumiu compromissos de que havia adotado “novas práticas”.
Dilma Rousseff retornou na quinta-feira dos Estados Unidos, onde foi recebida pelo presidente Barack Obama na Casa Branca. A presidente se recusava a visitar o país desde 2013, quando foi descoberto que o celular pessoal de Dilma havia sido alvo de grampo pela agência de inteligência norte-americana, o que na época originou uma crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos.